Presa mulher suspeita de tortura, agressão e cárcere privado em Gravataí

Vítima era mantida em condições de maus-tratos desde dezembro de 2022

Foto e vídeo: @fatospoliciais24.7

Uma mulher de 38 anos foi presa, nesta quinta-feira, por suspeita de tortura, agressão e cárcere privado de outra mulher em Gravataí, na região Metropolitana de Porto Alegre. Ela foi detida no bairro Neópolis, no Centro-Norte do município.

Conforme o delegado Alexandre Luiz Fleck, titular da 1ª Delegacia de Polícia de Gravataí, a vítima, de 24 anos, relatou que ela e o marido são usuários de drogas, e a agressora, supostamente uma traficante – a Polícia ainda apura essa informação.

Ainda conforme Fleck, o marido da vítima é mecânico e havia consertado alguns carros para a suposta traficante, que pagava os serviços com entorpecentes. “Em algum momento ele pegou um carro para arrumar e vendeu a bateria do carro. A agressora ficou com raiva e bateu na vítima para que dissesse onde estavam as baterias. No mesmo dia, pegaram o companheiro da vítima e deram uma surra, e, desde então, ele consta no sistema como desaparecido”, explica.

Em um vídeo ao qual a Polícia teve acesso, a suposta traficante aparece segurando a vítima pelos cabelos enquanto a agride com uma espécie de porrete. A mulher foi mantida em cárcere privado por conta dessa dívida entre o fim de dezembro do ano passado e março deste ano. “A agressora obrigou a vítima a ficar na casa dela, cuidar dos filhos dela, e fazer tele-entrega de droga para pagar a dívida. Ela era constantemente alvo de agressões e obrigada a fazer coisas que não queria. Até o dia em que ela conseguiu fugir dessa residência”, detalha Fleck.

Quando a polícia teve conhecimento do vídeo, foi atrás da vítima, que conforme o delegado, já estava em outro bairro. Após o depoimento dela, a polícia encaminhou, há 15 dias, o pedido de prisão da agressora.

A mulher vai responder pelos crimes de tortura e cárcere privado. O tráfico de drogas ainda vai ser apurado. No caso de tortura, ela pode pegar de 2 a 8 anos de prisão; cárcere privado, de 2 a 5; e redução a condição análoga à de escravidão, de 2 a 8.