Na China, Lula questiona defende moeda alternativa para trocas comercias entre os Brics

Presidente também defendeu que países tenham capacidade de endividamento para financiar a realização de investimentos

Foto: Marcelo Camargo/ABr

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou a utilização do dólar como moeda padrão para transações comerciais entre os países e defendeu uma moeda alternativa para as trocas envolvendo nações que integram Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), o bando dos Brics. “Quem decidiu que era o dólar a moeda depois que desapareceu o ouro como paridade? Hoje um país precisa correr atrás de dólar para poder exportar, quando poderia exportar com sua própria moeda e os bancos centrais poderiam cuidar disso. Todo mundo depende de uma única moeda, e tem muita gente mal acostumada”, questionou Lula durante discurso na cerimônia de posse de Dilma Rousseff como presidente do NBD, nesta quinta-feira, 13.

A padronização do dólar para as relações comerciais entre países com moedas diferentes foi estabelecida após o  Acordo de Bretton Woods, em 1944, que lastreou a moeda norte-americana ao ouro. Brasil e China têm negociado para a realização de trocas comerciais sem a necessidade de conversão para o dólar.

Fundado por Brasil, Índia, China e África do Sul no final da década de 2000, os Brics nasceram como um bloco alternativo para promover a aproximação entre as nações e estimular a realização de acordos comerciais. O NBD foi criado para financiar projetos de infraestrutura e oficializado em encontro realizado entre os representantes dos países em 2014, no Brasil. Essa instituição tem também como sócios o Egito, Uruguai, Emirados Árabes e Bangladesh.

O presidente Lula também defendeu que os países tenham capacidade de endividamento junto às instituições financeiras para promover a realização de investimentos que permitiam gerar novos empregos, e evitar o aprofundamento de crises econômicas.