O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse nesta segunda-feira (3) que não concorda com as avaliações “negativas” sobre o Produto Interno Brasileiro (PIB), cuja estimativa é de 1,61% para 2023. “Estou convencido de que o país vai dar um salto de qualidade. Eu disse para o [Fernando] Haddad [ministro da Fazenda] na semana passada que não concordo com as avaliações negativas de que o PIB vai crescer zero não sei das quantas”, afirmou.
A declaração foi dada durante reunião com os ministros das áreas produtivas e institucional do governo. No encontro, Lula ressaltou que o país deve crescer “mais do que os pessimistas estão prevendo”. “Ainda não vou dizer aquilo que disse em 2005, que foi motivo de chacota por parte da imprensa, quando eu disse [sobre] o milagre do crescimento, quando a economia brasileira cresceu 5,8%, e a imprensa especializada achava que aquilo não ia crescer. Acho que a gente vai crescer mais do que os pessimistas estão prevendo”, completou.
No final de março, o governo federal havia anunciado uma redução na estimativa de crescimento do PIB brasileiro para esse ano. A projeção, que era de alta de 2,1%, baixou para 1,61%. Os números foram divulgados pela Secretaria de Política Econômica, do Ministério da Fazenda.
Segundo a pasta, “a redução levou em consideração os indicadores econômicos divulgados desde a última grade, que seguiram mostrando arrefecimento na margem, e os efeitos defasados mais intensos da política monetária sobre a atividade e mercado de crédito do que o anteriormente projetado”.
Lula retomou as agendas nesta segunda-feira (3) no Palácio do Planalto, sede do Executivo. O petista havia sido diagnosticado com pneumonia e influenza A e, desde a última sexta-feira (24), estava com agendas internas no Palácio da Alvorada, residência do presidente.
Arcabouço fiscal
Durante a reunião, Lula sinalizou que acredita na aprovação das novas regras fiscais, propostas pelo Executivo. As metas do governo são zerar o déficit primário em 2024, com superávit de 0,5% em 2025 e de 1% em 2026.
“Se você olhar para a cara do Haddad depois do marco regulatório que ele fez, conversou e olha a cara dele de felicidade. Significa que está acontecendo, que vai passar. Estamos acreditando que vai passar a tão sonhada nova política tributária nesse país”, disse Lula.
A proposta, anunciada pelo ministro da Fazenda, prevê crescimento dos gastos públicos de 70% da receita primária. Caso não seja atingida, e o resultado ficar fora da variação, o Estado será obrigado a reduzir para 50%.
O texto, ainda não finalizado, deve ser enviado nesta semana para o Congresso Nacional, que tem a palavra final. Como o R7 mostrou, mesmo antes da chegada da proposta, parlamentares dão como certa a modificação nas novas regras fiscais do país.
Lula também citou a reforma tributária, que será fatiada. A primeira, que será enviada até o final de abril, tem foco na mudança da tributação sobre o consumo. Já a segunda parte, com expectativa para ser apresenta no segundo semestre do ano, com mudança nos impostos sobre a renda.