Pesquisa aponta redução de homicídios e abandono escolar em locais atendidos por programa estadual

Pesquisa evidencia efetividade da política de prevenção de violência realizada, principalmente, por meio dos Centros da Juventude (CJs)

Foto: Alessandro Sasso/SJCDH

Menor índice de homicídios cometidos por jovens, menor índice de homicídios de jovens e menor índice de abandono escolar. Foram esses os principais resultados trazidos pela Secretaria Estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos por meio do Programa de Oportunidades e Direitos, implementado a partir de 2016 em comunidades com alto índice de vulnerabilidade social. Em Porto Alegre, os bairros contemplados foram Cruzeiro, Lomba do Pinheiro, Restinga e Rubem Berta. Na região Metropolitana, a iniciativa abrange Alvorada e Viamão.

As taxas anuais de homicídios de jovens de 15 a 24 anos caíram mais de 60%, no comparativo com 2016. Já a taxa de homicídios cometidos por jovens diminuiu 47,3%. Na taxa de abandono escolar, a queda chegou a 25%. Os dados levantados foram trazidos em pesquisa realizada pelo Centro de Estudos Internacionais sobre Governo (Cegov) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), apresentada nesta sexta-feira.

A pesquisa evidencia a efetividade da política de prevenção de violência realizada, principalmente, por meio dos Centros da Juventude (CJs). “A avaliação é um instrumento fundamental para analisar a eficiência da gestão do Estado. Os dados evidenciam o sucesso de um conjunto de esforços para a melhora da qualidade de vida e oportunidades aos jovens”, considera a Coordenadora do Programa de Oportunidades e Direitos, Gabriela Lorenzet.

O programa atua em três eixos: sócio-afirmativo, sócio-profissionalizante e jovem multiplicador, com atividades educacionais como cursos profissionalizantes e de idiomas, além de reforço escolar. Os jovens também podem ser encaminhados ao mercado de trabalho, participar de eventos culturais e esportivos e receber acompanhamento psicossocial para eles e as famílias. Os centros são pensados como uma “segunda casa” de quem os frequenta, promovendo acolhimento e autonomia para a juventude. Para participar, o jovem de 15 a 24 anos deve procurar os CJs dentro dos bairros atendidos pelo programa.

Tábata Souza, de 17 anos, moradora de Viamão, é uma das mais de 26 mil jovens que foram atendidas pelo programa. Ela enfatiza a importância da iniciativa para a maneira como ela visualiza a carreira que hoje exerce. “Eles me ensinaram que a gente não precisa estar em um lugar só durante toda a nossa carreira, trabalhar num lugar infeliz, que não te realiza como pessoa só por dinheiro… Que a gente pode ter dinheiro de diferentes maneiras e ser feliz trabalhando, independente da nossa profissão”, relata.

Até o atual momento, 15.720 jovens participaram de atividades de capacitação profissional, com 12.707 bolsas de R$ 598 mensais fornecidas para jovens multiplicadores. Outros 5.969 jovens participaram de atividades de reforço escolar, 3.263 foram inseridos no mercado de trabalho e 2.300 participaram de capacitações de empreendedorismo.

O programa recebe aporte financeiro do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) de R$ 50 milhões, além de mais R$ 6 milhões do Tesouro estadual. A iniciativa deve ser ampliada a todos os 23 municípios que fazem parte do programa RS Seguro. Ainda não há prazo, contudo, para que isso ocorra.

Mais informações sobre o programa podem ser acessadas pelo site www.pod.rs.gov.br ou pelo Instagram @pod.rs.