No Dia Mundial da Água, movimentos sociais e sindicatos vão às ruas contra privatização da Corsan

Fórum Popular em Defesa da Água reuniu manifestantes em frente à Assembleia

Foto: Alina Souza/CP

Entidades sindicais e movimentos sociais lançaram nesta quarta-feira, em Porto Alegre, na Praça da Matriz, no Centro Histórico, o Fórum Popular em Defesa da Água. Além de alertar sobre a importância da água e do saneamento como direito fundamental da população, os manifestantes protestaram contra a privatização da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan), arrematada em leilão no ano passado por R$ 4,151 bilhões pelo consórcio Aegea.

O ato, alusivo ao Dia Mundial da Água, reuniu cerca de 10 entidades, entre as quais o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Purificação e Distribuição de Água e em Serviços de Esgoto do Estado do Rio Grande do Sul (Sindiágua-RS). O secretário-geral do Sindiágua, Cleverson Vinicius Giordani, criticou o processo de desestatização da Corsan e o baixo valor apresentado para a compra da estatal. Por conta disso, a entidade move ações judiciais para impedir a concretização do negócio. O Sindiágua cobra ainda os estudos que embasaram o valor de venda da empresa.

O objetivo da mobilização é pressionar os deputados a assinarem pedido de criação de comissões parlamentares de inquérito (CPI) para apurar o processo de venda da Corsan. Conforme Giordani, estudos apontaram que a estatal valia ao menos R$ 9 bilhões.

Além da Corsan, os manifestantes também protestaram contra a possibilidade de privatização do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae). “Diferente da Corsan que hoje está muito mais numa esfera jurídica para impedir a venda, no Dmae é ainda um processo no campo político, onde a sociedade pode se posicionar e sensibilizar o prefeito Sebastião Melo para que não leve adiante esse negócio porque não vai resolver o problema. O Dmae é um órgão lucrativo, superavitário, fornece receita para o município”, concluiu.