Estado prepara plano de investimentos para irrigação

Apresentação do projeto deve ocorrer "em breve", afirmou o governador Eduardo Leite durante cerimônia oficial de abertura da 21ª Expoagro Afubra, em Rio Pardo

Foto: Fabiano do Amaral/CP

Discursos exaltando a pujança da agricultura gaúcha e mensagens em defesa dos produtores de tabaco, além de pedidos de apoio do setor público para o enfrentamento da estiagem que assola o Rio Grande do Sul marcaram a solenidade de abertura da 21ª Expoagro Afubra, nesta terça-feira, em Rio Pardo. O ato, realizado no dia em que a Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) completou 68 anos, contou com a presença do governador do Estado, Eduardo Leite, além de secretários estaduais, parlamentares e líderes de entidades do agronegócio.

O presidente da Afubra, Benício Albano Werner, enfatizou os prejuízos causados pela seca aos fumicultores e reforçou a necessidade de construção de reservatórios de água na região do Vale do Rio Pardo, onde se concentra a maior parte da produção gaúcha de tabaco. Ao abordar a preocupação dos produtores com a retomada das discussões sobre controle do tabagismo, o executivo disse que o setor de tabaco não deve ser visto como um “vilão” da saúde, mas como um gerador de benefícios sociais e econômicos para o país.

“Queremos garantir mercado para a nossa produção. Já tivemos 198 mil famílias produtoras em 2004-2005. Na safra 2022/2023, reduzimos para 125 mil nos três estados do Sul”, afirmou Werner, mencionando que, em novembro, ocorre no Panamá a 10ª Conferência das Partes (COP-10) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde (OMS), com possível impacto sobre o setor. “Precisamos das autoridades para defender a cultura que gera milhares de empregos, renda e impostos”, disse.

Ao discursar, o governador Eduardo Leite destacou a importância econômica da fumicultura. Em resposta às pautas dos produtores prejudicados pela estiagem, ele citou os esforços da gestão anterior para reorganizar as contas públicas e recuperar a capacidade de investimento do Estado. “Vamos apresentar em breve um plano de investimentos robustos, contando com a participação dos nossos bancos de desenvolvimento, para viabilizar tudo o que for necessário em termos financeiros para investimentos para irrigação”, prometeu Leite.

Segundo governador, porém, é preciso também avançar na legislação ambiental. “Não só na parte que compete ao governo do Estado – no que temos feito um grande esforço para avançar, reduzindo burocracia, melhorando o processo de licenciamento –, mas que seja também um esforço na seara nacional em alterações legislativas que permitam aos nossos produtores fazer essa reservação de água”, afirmou.

O deputado Edivilson Brum (MDB) representou a Assembleia Legislativa no evento e também defendeu as estratégias de prevenção contra a estiagem. “Temos outros gargalos, mas nada é tão urgente como irrigação, seguro agrícola e segurança jurídica”, disse. Também presente na cerimônia, o deputado federal Heitor Schuch (PSB) observou que, a cada 100 produtores rurais no Rio Grande do Sul, 84 são proprietários de menos de 50 hectares. O parlamentar pediu apoio das autoridades presentes para o debate da reforma tributária no Congresso Nacional. “O mel de abelha paga imposto, mas o avião está isento. Isso não está certo e deve ser consertado”, enfatizou.