PGR pede para ver mensagens que Anderson Torres enviou em 8 de janeiro

Órgão encaminhou pedido ao ministro Moraes, do STF, para decidir se é a favor ou contra soltar o ex-secretário de Segurança Pública do DF

Foto: Fábio Rodrigues Pozzebom/ Agência Brasil

A Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), para ver as mensagens enviadas por Anderson Torres em 8 de janeiro. O objetivo é decidir se é a favor ou contra soltar o ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal e ex-ministro da Justiça.

Na data, manifestantes extremistas invadiram e depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o STF. Torres está preso desde 14 de janeiro por suspeita de omissão durante os ataques.

Nesta semana, Moraes acionou a PGR para dar um posicionamento sobre o pedido de liberdade provisória de Torres, feito pela defesa do ex-secretário. Em resposta ao ministro do STF, o órgão disse que quer ter acesso a uma conversa que Torres teve no dia da invasão às sedes dos Três Poderes com o então secretário-executivo da Secretaria de Segurança Pública do DF, Fernando de Sousa Oliveira.

Fernando era o chefe interino da Pasta em 8 de janeiro, já que um dia antes Torres viajou de férias para os Estados Unidos. No diálogo entre os dois, o ex-ministro pediu ao número 2 da Pasta para não deixar os manifestantes se aproximarem do prédio do STF. “Não deixe chegar no Supremo”, escreveu ele, em mensagem obtida após perícia feita pela Polícia Federal no celular de Fernando.

A PGR argumenta que ainda não teve acesso ao documento. Segundo o órgão, o diálogo entre Torres e Fernando “embora, aparentemente, possa não ser decisivo para o desfecho da investigação, em tese tem relevância para a manutenção ou não da custódia cautelar, devendo ser analisado e interpretado no conjunto das provas”.

O que disse a defesa

A defesa do ex-secretário defende a soltura dele por entender que Torres não representa risco à ordem pública. Além disso, os advogados ressaltaram que não há nada no inquérito que o ligue aos atentados na Esplanada dos Ministérios. Segundo a defesa, apesar de ter viajado aos EUA, Torres tomou as providências cabíveis para prevenir o ocorrido.

“O desenvolvimento das investigações demonstrou, de forma clara, a total ausência de evidências mínimas que permitam associar o requerente [Anderson Torres] aos fatos criminosos em questão, de modo a inexistir, hoje, qualquer circunstância fática que autorize a permanência da constrição cautelar de sua liberdade”, afirmaram os advogados.