Número de mortos em terremoto em Síria e Turquia passa de 23 mil

Programa Mundial de Alimentos (PMA) reivindicou 77 milhões de dólares para levar comida para 874 mil pessoas

Foto: Twitter/Syrian Red Crescent/Reprodução

As equipes de emergência prosseguiam, nesta sexta-feira, com as buscas por sobreviventes entre os escombros provocados pelo terremoto que afetou a Síria e a Turquia na segunda-feira, um dos mais devastadores em décadas na região, com um balanço provisório de mais de 23 mil mortes.

A ajuda humanitária começou a chegar à Turquia. A Alemanha anunciou o envio de 90 toneladas de material por avião. Ao mesmo tempo, o acesso à Síria, que está em guerra civil e com o regime sob sanções da comunidade internacional, é muito mais complicado.

A guerra destruiu hospitais e provocou problemas no abastecimento de energia elétrica e água na Síria, mas a ONU só consegue enviar ajuda para as zonas controladas por rebeldes no noroeste do país através de Bab al Hawa, na fronteira com a Turquia.

Já o governo sírio anunciou que vai autorizar o fornecimento de ajuda internacional às áreas controladas pelos rebeldes, com a “supervisão” do Comitê Internacional da Cruz Vermelha e do Crescente Vermelho sírio.

O Programa Mundial de Alimentos (PMA), a agência especializada das Nações Unidas, reivindicou 77 milhões de dólares para levar comida para 874 mil pessoas afetadas pelo terremoto.

O alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Türk, exigiu “um cessar-fogo imediato” na Síria para facilitar o fornecimento de ajuda.

Risco de cólera
O terremoto se tornou o mais intenso na Turquia desde 1939, quando 33 mil pessoas morreram na província de Erzincan (leste). De acordo com os balanços oficiais mais recentes, o terremoto, de magnitude 7,8, acompanhado por mais de 100 réplicas, provocou cerca de 20 mil mortes na Turquia e mais de 3 mil na Síria.

A OMS calcula que 23 milhões de pessoas estejam “potencialmente expostas, incluindo cinco milhões que são vulneráveis”. A organização teme uma crise de saúde. As organizações humanitárias expressaram preocupação com uma eventual propagação do cólera, doença que voltou a ser registrada na Síria.

A União Europeia (UE) enviou as primeiras equipes de resgate à Turquia horas depois do terremoto. Mas, a princípio, ofereceu apenas uma ajuda mínima à Síria, por meio de programas humanitários, devido às sanções internacionais impostas em consequência da guerra civil, iniciada em 2011.

O presidente sírio, Bashar al-Assad, e a esposa fizeram a primeira visita às vítimas do terremoto em Aleppo, nesta sexta, informou a presidência.

*Com informações da Agência France Presse (AFP)