Suspeitos de atos extremistas receberam R$ 1,6 milhão em auxílios do governo

Dos 464 detidos, 240 foram beneficiados com programas federais

Vândalos quebram prédio do STF, em Brasília Foto: Câmeras de Segurança / Reprodução / R7

Os suspeitos dos atos extremistas de 8 de janeiro que respondem em liberdade receberam R$ 1.635.014,44 em auxílios pagos pelo poder público desde 2013. O levantamento foi feito pelo Portal R7 com base no cruzamento entre a lista dos detentos que foram liberados, divulgada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), e o Portal da Transparência do governo federal.

No total, o STF concedeu o direito de responder em liberdade a 464 pessoas mediante medidas cautelares, como uso de tornozeleira eletrônica. Dessas, 240 (51,7%) receberam alguma concessão financeira dos cofres públicos. Os benefícios incluem auxílio emergencial, Bolsa Família, Auxílio Brasil e auxílios pagos pelo Ministério da Educação a estudantes do ensino superior.

A maior quantia paga a uma única pessoa foi R$ 39,5 mil. Duas mulheres, do Pará e do Tocantins, receberam os valores, cada uma, por meio de parcelas do Bolsa Família, Auxílio Brasil e auxílio emergencial, ao longo de, pelo menos, 10 anos. A última parcela recebida por elas foi em novembro de 2022.

O levantamento feito pelo R7 também mapeou os locais de moradia dos beneficiários. São Paulo lidera a lista, com 53 presos liberados que receberam auxílios, seguido por Minas Gerais (25) e Mato Grosso (23). Depois, estão Santa Catarina (17), Rio Grande do Sul (16), Paraná (14), Goiás (13), Bahia (12), Rondônia (12), Pará (9), Rio de Janeiro (8), Espírito Santo (7), Mato Grosso do Sul (6), Paraíba (5), Ceará (4), Distrito Federal (4), Tocantins (3), Piauí (3), Rio Grande do Norte (2), Pernambuco (1), Acre (1), Alagoas (1) e Maranhão (1).

Além dos detidos que receberam benefícios sociais, há na lista um bolsista do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), criado pela gestão do PT em 2011; duas recenseadoras do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE); um militar da reserva e o dono de duas empresas mineiras que, em contratos com o governo, receberam R$ 300 mil.

Presos por ações extremistas

A análise da situação dos detidos por envolvimento nos atos de vandalismo de 8 de janeiro foi concluída em 20 de janeiro pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF.