No RS, Gleisi fala em manter tom de campanha e projeta disputas dentro e fora do governo

Presidente nacional do PT participa de eventos do Fórum Social Mundial e reunião partidária para definições de estratégia após eleição

Foto: Joaquim Moura / PTRS / Divulgação

A presidente nacional do PT, Gleisi Hoffmann, analisou o cenário pós-eleição em evento que tratou da importância de comitês populares em Porto Alegre. Para ela, o partido vai precisar estar “em campanha” ao longo dos quatro anos de mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Deputada federal reeleita pelo Paraná, ela ainda destacou a organização de movimentos extremistas e projetou disputas externas e internas pela frente.

“Estaremos em campanha quatro anos. É a disputa da narrativa e da linha política. Teremos que estar todo dia fazendo essa disputa, conversando com as pessoas”, afirmou Gleisi, em evento promovido pela Escola Nacional de Formação do PT, dentro do Fórum Social Mundial (FSM), na sede do Sindicato dos Municipários de Porto Alegre (Simpa), nesta terça-feira. É a primeira vez que ela visita o Rio Grande do Sul após o segundo turno das eleições.

Para a presidente da sigla, a participação popular vai ser fundamental. “Temos a oportunidade das nossas vidas de firmar um projeto para esse país. São esses quatro anos que teremos para fazer mudanças e construir esse projeto”, afirmou.

A dirigente partidária lembrou que o país teve uma eleição “apertada” e destacou a organização dos opositores. “A extrema-direita está organizada, com base social, liderança e enraizamento”, afirmou. Organização, força dos comitês, na comunicação e uso das redes sociais foram apontados por Gleisi como ações necessárias nesse enfrentamento.

Disputa externa e interna
Ao ressaltar a criação de uma frente democrática e articulações para formação de base, a fim de ampliar a base que hoje conta com cerca de 140 deputados, Gleisi admitiu disputas internas na base do governo. Segundo ela, em um “governo de coalizão”, há siglas com “outros interesses” no processo.

“Esse governo é um governo de disputa na sociedade política contra a extrema-direita, portanto em defesa da democracia, e é um governo também em disputa interna”, disse. A dirigente partidária reforçou a defesa das propostas de campanha acima de agradar outras agremiações.

Gleisi deixou o local sem atender a imprensa, partindo para uma reunião fechada com a executiva estadual na sede da Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Instituições Financeiras do RS (Fetrafi-RS).

Reunião com partido
A pauta da reunião com os gestores do PT regional incluía, oficialmente, o planejamento das ações do partido após o pleito do ano passado. No entanto, a presença de Gleisi em Porto Alegre ampliou as conversas quanto a nomeações para cargos diretivos regionais como, por exemplo, no Grupo Hospitalar Conceição (GHC), na Superintendência Regional do Ministério do Trabalho e na Trensurb. Essas nomeações envolvem indicações de outras siglas que apoiaram Lula ao longo do processo eleitoral.

Após as duas agendas, Gleisi Hoffmann ainda participa, à noite, do painel “O novo Brasil que queremos construir”, também integrando o Fórum Social Mundial, no Auditório Dante Barone, da Assembleia Legislativa.

Além da representante do PT, vão compor a mesa do encontro, com início previsto para as 19h, representantes gaúchos do PCdoB, PV, PSol, Rede, PSB e PDT, além do empresário Oded Grajew, idealizador do FSM.

Sem outras agendas previstas, Gleisi deixa o RS ainda nesta terça-feira.