Por dois dias consecutivos, frequentadores da orla de Capão da Canoa, no litoral Norte, se depararam com centenas a milhares de peixes mortos na beira da praia. A quantidade chamou atenção de banhistas, que podiam avistar os animais sem vida a quilômetros de distância na faixa de areia.
Após a denúncia de mortandade, uma guarnição da Patrulha Ambiental (Patram) se deslocou ao trecho, entre a área central do município e o distrito de Curumim, e recolheu um volume de peixes, em maioria sardinhas. O material vai ser examinado pelo Centro de Estudos Costeiros Limnológicos e Marinhos (Ceclimar) da Ufgrs, em Imbé.
As biólogas Marisa Freitas e Eliziane Mello, da Prefeitura de Capão da Canoa, também analisaram a situação e realizaram uma avaliação técnica inicial. A conclusão preliminar das especialistas é de que os peixes não tinham características de morte por alterações químicas ou físicas no ambiente marinho, já que não havia nenhum animal morto na água. As profissionais também observaram que não ocorreu a continuidade de mortes ao longo do dia.
“A maior probabilidade é de que a maré tenha subido e o cardume, em fase de crescimento, ficou retido na areia com a descida da maré. Esse período comporta um número maior de espécimes nos cardumes, que buscam nas águas superficiais o alimento e, ao serem perseguidos pelos predadores e/ou ondas marinhas, acabam por serem levados às margens e impedidos de retornar ao mar, devido à existência da maré modificada de forma abrupta”, aponta a análise.