A ameaça de uma recessão global tem feito parte das estimativas de organismos internacionais para o ano de 2023. O Fundo Monetário Internacional (FMI), por exemplo, projeta que um terço da economia mundial corre o risco de enfrentar um processo econômico sem precedentes ao longo o ano. Agora, é a vez da Organização Internacional do Trabalho (OIT) apontar uma degradação no mercado de trabalho globalmente, que deverá aumentar cerca de três milhões, para atingir 208 milhões de pessoas, correspondendo a uma taxa mundial de 5,8%. Para o Brasil, a estimativa é de 9,9 milhões de desempregado este ano.
Isto porque o crescimento do emprego mundial projetado é de apenas 1,0% neste ano, menos da metade do nível de 2022. O cenário pior é na América Latina, onde o volume de empregos cresceu 6,4% em 2021 e 4,9% em 2022, mas desacelera em 2023 com taxa de apenas 1,0%, o necessário para compensar a expansão da população em idade de trabalhar. O número de desempregados na região deve ficar em torno de 22 milhões neste milhões neste ano.
Já para o Brasil, a expectativa é que o desemprego cairá de 10,3 milhões em 2022 para 9,9 milhões em 2023, o que representa taxa de desemprego de 9,1%. Isso quando o crescimento da economia brasileira diminuiu de 3% no ano passado para 0,8% neste ano, pelas novas projeções do Banco Mundial.
A estimativa da OIT é que o déficit mundial de vagas de trabalho atinja 473 milhões de pessoas em 2022, ou 33 milhões a mais do que em 2019 no período pré-pandemia. Conforme a organização, nada menos de 214 milhões de pessoas trabalham, mas vivem na extrema pobreza, com renda inferior a 1,9 dólar por dia em termos de paridade de poder de compra.