O governador afastado do Distrito Federal, Ibaneis Rocha (MDB), acredita ter havido sabotagem de policiais militares durante os atos de vandalismo do último domingo, em Brasília. Os advogados de defesa dele, Alberto Toron e Cléber Lopes, dizem que Ibaneis alega ter recebido informações incorretas sobre as ações de segurança na Esplanada dos Ministérios no dia em que extremistas vandalizaram as sedes dos três poderes.
“O desenvolvimento das investigações tem, a cada dia, revelado e trazido fatos novos, que indicam uma espécie de sabotagem na ação de policiais militares. Indicam também que ele teve informações erradas e falseadas e que, portanto, não se pode dizer, de maneira nenhuma, que estivesse conluiado com o movimento que se deu no último domingo”, afirmaram os defensores.
A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) confirmou, nesta quarta-feira, a decisão que afastou Ibaneis do Governo do DF por 90 dias. O ministro Alexandre de Moraes emitiu a ordem de suspensão do cargo ainda na madrugada de segunda-feira, horas após vândalos terem invadido e depredado o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e o próprio STF.
Toron e Lopes destacaram que o governador afastado aceitou a decisão de Moraes. Os advogados dizem esperar que as investigações esclareçam o ocorrido e que ele volte ao posto. “O governador Ibaneis recebe com a maior humildade e respeito a decisão do STF. Esperamos, como advogados, que os fatos sejam plenamente esclarecidos, de modo que possa voltar ao exercício do cargo para o qual foi eleito”, afirmaram.
Durante o período de afastamento, quem conduz o Palácio do Buriti é a vice-governadora, Celina Leão (PP). Ela reconheceu, nessa terça-feira, que houve falha no comando da Polícia Militar do DF. Antes do afastamento de Ibaneis, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já havia nomeado Ricardo Cappelli como interventor federal na segurança pública do DF.
Também nesse terça-feira, Cappelli insinuou que pode ter havido sabotagem por parte do ex-secretário de Segurança Pública do DF Anderson Torres, à frente da pasta durante os atos de vandalismo. Antes de assumir, ele ocupou o cargo de ministro da Justiça e Segurança Pública do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).