O dólar comercial encerrou a terça-feira com a terceira alta seguida, de 1,72%, cotado a R$ 5,45. Esse é o maior valor da moeda estrangeira desde 22 de julho de 2022.
O resultado é um reflexo do comportamento de investidores ao avaliar as falas do novo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, em meio a preocupações com as contas públicas, o fim do teto de gastos e a necessidade de uma nova âncora fiscal. A posição de Haddad a favor do fim da desoneração dos combustíveis, que acabou sendo mantida pelo governo por mais 60 dias, também provocou reações.
O dólar avançou também – cerca de 1% – contra uma cesta de moedas fortes, com investidores à espera da publicação, nesta quarta-feira, da ata da última reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed), o Banco Central dos Estados Unidos.
Em dezembro, o Fed elevou a taxa de juros em 0,50 ponto percentual, reduzindo o ritmo de aperto em relação aos ajustes de 0,75 ponto promovidos em encontros anteriores. Entretanto, houve o alerta de que os custos dos empréstimos podem encerrar o atual ciclo em nível mais alto do que o esperado pelos mercado.
Investidores e analistas dizem que o posicionamento ainda agressivo do Fed no combate à inflação, somado às incertezas do mercado brasileiro sobre as contas públicas, deve ser um dos grandes obstáculos para a valorização do real em 2023.