Boletim alerta para períodos de estiagem no verão

Chuvas devem ficar dentro da média na maioria das regiões nos próximos três meses, mas distribuição irregular preocupa

Foto: Divulgação / CP

Os agricultores gaúchos devem começar o próximo ano com as atenções voltadas ao clima. As previsões para o primeiro trimestre de 2023 incluem chuvas próximas da média, na maioria das regiões, e até um pouco acima desse patamar no sudeste do Rio Grande do Sul. Do centro para o extremo oeste e o sudoeste, a expectativa é de precipitação abaixo dos níveis históricos para o período. Os dados aparecem no Boletim do Conselho Permanente de Agrometeorologia Aplicada do RS (Copaaergs), divulgado nesta quarta-feira.

Para a agrometeorologista Loana Cardoso, coordenadora do Copaaergs, o cenário é “preocupante” para as culturas de verão. Isso porque o período já tende a restrições hídricas, em razão das temperaturas elevadas, da baixa umidade do ar, da alta radiação solar e da maior demanda evaporativa. “Algumas regiões podem ter chuvas mais próximas do normal ou dentro do normal, mas são chuvas de verão, concentradas em dois, três dias. Não temos uma boa distribuição”, explica Loana.

No caso de janeiro, o boletim da Coopaergs prevê precipitações próximas da média na maioria das regiões e pouco acima do patamar histórico em partes do Nordeste e do extremo Sul, enquanto as áreas centrais devem registrar chuva normal e ligeiramente abaixo da média. Esse quadro é menos desfavorável que o dos dois últimos meses de 2022, segundo Loana.

Em fevereiro, a tendência é de níveis normais ou ligeiramente abaixo da média em todo o território gaúcho. Para março, a projeção aponta irregularidades, com chuva pouco acima da média (Norte e extremo Sudeste) e abaixo do patamar histórico (Oeste e Sudoeste). Loana alerta que os períodos de estiagem poderão coincidir com fases decisivas do desenvolvimento das plantações. No caso do milho, as estimativas iniciais da Emater/RS-Ascar sugerem redução de cerca de 7% da produtividade média esperada em 416 municípios, que passou de 7.337 para 6.845 quilos por hectare. “A recomendação para o agricultor é, tendo água, irrigar (a lavoura) no período crítico, de florescimento e enchimento de grãos”, completa Loana.