Aeronautas mantêm greve a partir desta segunda, mas devem cumprir liminar judicial

Categoria rejeitou proposta mediada pelo Tribunal Superior do Trabalho

Foto: Guilherme Almeida / CP Memória

O Sindicato Nacional dos Aeronautas (SNA) anunciou que começa nesta segunda-feira a greve da categoria nos principais aeroportos do país. Os pilotos e comissários devem cruzar os braços todos os dias entre as 6h e 8h, por tempo indeterminado. Os trabalhadores negaram, em votação virtual realizada no fim de semana, a proposta apresentada pelo Tribunal Superior do Trabalho (TST). Entre os 5,7 mil votantes, 76,4% rejeitaram o oferecido pela mediação do tribunal.

A proposta apresentada nesse sábado pelo vice-presidente do TST, ministro Aloysio Corrêa da Veiga, prevê reposição de 100% da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), mais aumento real de 0,5%. Os percentuais incidem sobre os salários fixos e variáveis, mas a categoria pedia 5%.

O presidente do Sindicato Nacional dos Aeronautas, Henrique Hacklaender, orientou aos tripulantes que compareçam amanhã aos aeroportos, mas que não façam decolagens entre as 6h e 8h. A greve está prevista para ocorrer em São Paulo, Rio de Janeiro, Campinas, Porto Alegre, Brasília, Belo Horizonte e Fortaleza.

Hacklaender destacou que além do ganho real sobre os salários, a categoria quer melhores condições de descanso. Os trabalhadores pedem a proibição de alteração dos dias de folga e o cumprimento dos limites já fixados do tempo em solo entre etapas de voos. “É óbvio que um tripulante cansado e mal remunerado pode representar um risco à aviação”, ressaltou o presidente do sindicato ao comunicar o resultado da votação da categoria.

Sobre a liminar expedida na sexta-feira pela ministra do Tribunal Superior do Trabalho (TST) Maria Cristina Peduzzi, o SNA afirmou que os trabalhadores vão seguir um “manual de greve”, em que manterão 100% dos tripulantes a postos, mas com uma parcela deles (de 1% a 2%) atrasando alguns voos. Nenhum vai ser cancelado e todas as viagens serão realizadas, ainda que após os horários agendados pelas companhias aéreas.

Dessa forma, o SNA fala que vai cumprir a decisão do TST. Nela, a ministra negou o reconhecimento da abusividade da grave, mas determinou que deve ser mantido um percentual mínimo de 90% dos aeronautas em serviço.