Polícia Civil indicia sete pessoas no caso de tortura em supermercado de Canoas

Seis devem responder por tortura e extorsão mediante sequestro, e um por omissão

Foto: Polícia Civil/Divulgação

A Polícia Civil remete ao Poder Judiciário, nesta quinta-feira (15), o inquérito do caso de agressão registrado em um supermercado Unissuper, em Canoas, na Região Metropolitana. A investigação pede que os sete suspeitos respondam criminalmente pelo ocorrido – sendo seis pelos crimes de tortura e extorsão mediante sequestro, e um por omissão.

Entre os indiciados por tortura estão o ex-gerente do estabelecimento, Adriano Dias, e três policiais militares: o primeiro-tenente da reserva Gilmar Cardoso Rodrigues e os soldados Gustavo Henrique Inácio Souza Dias e Romeu Ribeiro Borges Neto. Outros dois não tiveram o nome revelado. Já o ex-subgerente da loja, Jairo da Veiga, vai responder por omissão.

Os agentes da Brigada Militar envolvidos no caso trabalhavam no local como seguranças, vinculados à empresa Glock. As vítimas de tortura têm 32 e 47 anos, e foram levadas a um depósito após suspeita de que haviam furtado pacotes de carne. Eles passaram quase uma hora sob forte violência e só foram soltos quando pagam um valor em dinheiro.

O suposto furto ocorrido dentro do supermercado ainda será apurado pela Polícia Civil. Ao todo, 45 câmeras de monitoramento flagraram os atos de tortura. As filmagens chegaram a ser excluídas por um funcionário do Unissuper, indiciado por supressão de provas, mas acabaram recuperadas por profissionais do Instituto-Geral de Perícias.

Relembre o caso

Segundo a investigação, o crime aconteceu em 12 de outubro, mas só chegou ao conhecimento das autoridades dois dias depois, quando uma das vítimas deu entrada em um hospital da Capital. O homem, que tinha graves lesões na região da face, foi colocado em coma induzido em razão da extensão das lesões.

Após a análise das imagens, a polícia concluiu que a sessão de tortura começou quando ele foi abordado por um dos seguranças do supermercado, após tentar furtar dois pacotes de picanha. O indivíduo foi levado ao depósito, onde passou a ser espancado para que entregasse supostos comparsas.

Um segundo homem também foi agredido pelo grupo, que só liberou as vítimas após o pagamento de R$ 644 em dinheiro. A transferência foi feita pelo filho de uma das vítimas, mediante ameaças de morte. Os furtos praticados na loja não foram apurados, uma vez que o estabelecimento não agiu conforme o protocolo previsto por Lei.