Operação mira grupo que usa drones para levar celulares e drogas à Penitenciária de Rio Grande

Autoridades constataram aumento de casos de "delivery aéreo" na cadeia

Foto: Tiago Coutinho/MPRS

Uma quadrilha que usa drones para abastecer as galerias da Penitenciária de Rio Grande com celulares e drogas é alvo de uma operação do Ministério Público (MP/RS) nesta segunda-feira (5). A investigação começou há três meses, em razão de um aumento expressivo no número de ocorrências envolvendo o “delivery aéreo” no presídio.

Os quatro pavilhões do complexo carcerário estão sendo vasculhados por agentes do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco – Núcleo Região Sul), bem como da Brigada Militar. O objetivo das forças de segurança é recolher armas, munições, celulares, dinheiro, drogas, documentos e anotações dos criminosos.

“O que ingressa na penitenciária contribui decisivamente para aumento em Rio Grande, que já registra mais de 95 mortes violentas neste ano, considerando homicídios, feminicídios, latrocínios e lesões corporais. Quase todas estão diretamente vinculada a apenados”, afirma o coordenador do Gaeco – Região Sul, Rogério Caldas.

Conforme o MP/RS, somente até outubro de 2022 foram registradas 21 ocorrências de drones no presídio, frente a duas em 2021 e nenhuma em 2020. Um fator que chama a atenção das autoridades é o custo da operação: a execução de uma única “viagem” de drone para o presídio pode variar de R$ 10 mil a R$ 100 mil.

“Há uma autêntica associação criminosa atuando dentro e a partir da penitenciária, que, sem margem para dúvida, possui uma estrutura definida e alto poder aquisitivo”, finaliza Beltrame.