Polícia confirma que autor de atentado em escolas do ES simpatiza com nazismo

Delegado disse que vai investigar 'todos os envolvidos' na ação, que deixou quatro mortos e ao menos 12 feridos em Aracruz

Foto: REPRODUÇÃO/RECORD TV

O delegado da Polícia Civil do Espírito Santo, André Jaretta, confirmou nesta segunda-feira que o adolescente que cometeu atentados em duas escolas do município de Aracruz, deixando quatro mortos e ao menos 12 feridos, era simpatizante do nazismo. “Em uma investigação preliminar, podemos dizer que ele era simpatizante de ideias nazistas, mas não confirmamos que ele fazia parte de nenhum grupo de internet com objetivos nazistas”, afirmou o delegado.

A polícia também investiga a conduta do pai do jovem, que é policial. Segundo as investigações, o adolescente passou dois anos manuseando as armas que pertenciam ao pai para ter mais familiaridade com os objetos antes de executar a ação. A apreensão ocorreu na sexta-feira, por volta das 14h, na casa de praia da família. No primeiro momento, disse a polícia, o jovem negou a autoria do ato.

O delegado detalhou ainda, durante a coletiva, que o adolescente se aproveitou da saída dos pais da casa para pegar duas armas do pai e sair em direção às instituições. Além disso, segundo Jaretta, o jovem almoçou com os pais após a tragédia.

Após os ataques, ele retornou para casa. A polícia disse também que os pais ficaram sabendo sobre o atentado, mas não da autoria.

O adolescente disse aos policiais que havia sofrido bullying e que isso alimentou o sentimento de ódio. Ele fazia acompanhamento com psicólogo e psiquiatra e era considerado introspectivo.

Ataque “sem precedentes” 
O delegado disse ainda que ao invadir a primeira escola, o adolescente rompeu um cadeado, chegou ao segundo portão, e rompeu o segundo cadeado. Com a pistola, ele entrou na sala dos professores disparando até esgotar as munições.

A polícia apurou que ele deixou a primeira instituição pelo mesmo caminho que entrou e seguiu para a segunda escola, a cerca de um quilômetro de distância. No segundo colégio, encontrou o portão principal aberto. Com isso, o adolescente acessou o hall de entrada utilizando um revólver, já que a munição da pistola tinha se esgotado.

O tenente Francisco Farias Carvalho afirmou que os ataques às escolas da cidade de Aracruz são “situações sem precedentes” no Espírito Santo. “Nos deparamos com um cenário de guerra, nem nos piores pesadelos poderíamos imaginar algo assim”, afirmou.

Três das vítimas morreram nos locais dos ataques e uma quarta, no sábado, em atendimento médico.