Caso Eliseu Santos: segundo dia de julgamento terá debates entre defesa e acusação

Sessão do segundo dia de Tribunal de Juri tem previsão para durar até 9 horas

Julgamento do Caso Eliseu Santos ocorre no Foro Central de Porto Alegre. Foto: Márcio Daudt - DICOM/TJRS

Agendado para ter início às 10h desta quarta-feira, o segundo dia do julgamento que apura as reponsabilidades de mais dois réus, Jonatas Pompeu Gomes e Marcelo Machado Pio, na morte do médico Eliseu Santos será marcado por debates entre defesa e acusação no Plenário de Grandes Júris, no segundo andar do Foro Central I, em Porto Alegre. Na primeira sessão do Tribunal Júri, que começou às 9h de ontem e encerrou-se nessa madrugada, por volta da 1h25min, ambos os acusados negaram envolvimento no crime que vitimou o ex-secretário de Saúde da Capital, em fevereiro de 2010.

Contatada pela Rádio Guaíba, uma fonte junto ao Tribunal de Justiça antecipou que a fase dos debates orais deve ter cerca de 9 horas de duração, no formato réplica e tréplica. A sentença deve ser divulgada ainda hoje, a depender do tempo dos jurados.

Réus

Primeiro réu a depor, na noite de ontem, Marcelo Machado Pio, negou ter sido o mentor da execução de Eliseu. “A minha vida virou um inferno. Se eu fosse o mandante, vi o Renato [apontado como o mandante do crime] ser condenado, acha que eu estaria aqui? Sou tão vítima quanto o Dr. Eliseu”, declarou.

Na sequência, Jonatas Pompeu Gomes, irmão de outro réu, também negou participação na morte do médico, alegando que estava cumprindo pena no semiaberto, em Viamão, quando o crime ocorreu. “Foi uma coincidência que acabou com a minha vida. Eu ter trabalhado na Reação e o meu irmão ter participação no crime”, disse ele.

No primeiro dia do julgamento também foram ouvidas dez testemunhas, cinco de defesa e cinco de acusação.

Outras condenações

Ao todo, quatro pessoas já foram julgadas e condenadas pelo assassinato de Eliseu Santos, e outro denunciado acabou morrendo antes de ir a júri. Jorge Renato Hordoff de Mello, condenado a 42 anos, teve a pena mais alta entre os quatro sentenciados pelo assassinato até aqui. Antes dele, foram a julgamento Robinson Teixeira dos Santos, que pegou 33 anos de prisão; e Eliseu Pompeo Gomes e Fernando Junior Treib Krol, sentenciados a 27 anos e 10 meses de prisão, cada, em maio de 2016.

Além do julgamento de hoje, mais três acusados de envolvimento no homicídio serão julgados no dia 12 de dezembro: Marco Antônio de Souza Bernardes (ex-assessor Jurídico da Secretaria Municipal de Saúde), Cássio Medeiros de Abreu (enteado de Marco Antônio) e José Carlos Elmer Brack (ex-presidente do PTB em Porto Alegre, que trabalhou na Secretaria Municipal de Saúde).

Relembre o caso

Em 26 de fevereiro de 2010, o então secretário de Saúde de Porto Alegre, Eliseu Santos, morreu baleado, aos 63 anos, na saída de um culto religioso, no bairro Floresta, em Porto Alegre, na presença da mulher e da filha, de sete anos na ocasião. O médico, armado, tentou revidar os disparos, mas não resistiu.

Polícia Civil e Ministério Público divergem quanto ao caso. A investigação conduzida à época apontou que Eliseu havia sido vítima de um latrocínio. A versão dos fatos que é julgada, entretanto, é a do MP – que sustenta a tese de morte encomendada.

Isso porque, segundo o órgão, o secretário havia descoberto um esquema de corrupção, envolvendo a empresa responsável pela vigilância dos postos de saúde da capital à época do crime.