Leite vai a Brasília por “construção de força de centro” e aproximação com transição

Governador reeleito vai ter reuniões sobre futuro do PSDB e deve buscar diálogo com equipe de Lula

Foto: Ricardo Giusti/CP

O governador reeleito do RS, Eduardo Leite, vai a Brasília na tarde desta terça-feira, onde permanece até quinta, tendo na agenda a discussão acerca do futuro do partido, o PSDB, e a aproximação com o grupo de transição do governo federal, coordenado pelo vice-presidente eleito Geraldo Alckmin.

Leite disse, nesta segunda-feira, ser prematuro projetar uma fusão da sigla ou novas federações. “Minha maior preocupação, do ponto de vista político nacional, é poder ajudar a constituir uma força política no centro”, afirmou, após reunião com equipe de transição do governo estadual.

“(O centro) não é ausência de posição. É conciliação de pontos presentes nas pontas”, disse. Ele elencou temas mais do campo da direita, como a visão arrojada da máquina pública, privatizações e fomento ao empreendedorismo e outros do campo mais à esquerda, como inclusão social, respeito à diversidade e programa de distribuição de renda, como aqueles que podem coexistir na ideia de centro.

Eduardo Leite entende que, em um país de proporções continentais, há particularidades regionais que podem constituir dificultadores para uma eventual fusão do PSDB com outro partido ou ampliação da federação já existente com o Cidadania em âmbito nacional. Questionado se recebeu convite para entrar no União Brasil após as eleições, ele nega.

Diálogo com governo Lula
O tucano revelou ainda que pretende procurar o presidente eleito Lula nos próximos dias e buscar, na viagem à capital federal, uma aproximação com o grupo de transição. Questionado sobre a intenção externada na campanha do petista, de reunir todos os governadores para discutir um novo pacto federativo e uma eventual alternativa ao Regime de Recuperação Fiscal, Leite disse que está disposto a debater, desde que seja uma proposta melhor.

“Somos os devedores, se o credor oferece uma condição melhor, evidente que o devedor vai ter interesse”, completou.