Depois de uma campanha acirrada, Rio Grande do Sul escolhe seu governador neste domingo

Onyx Lorenzoni e Eduardo Leite concorrem por comando do Palácio Piratini

Foto: Felipe Dalla Valle / Palácio Piratini

No Rio Grande do Sul, quinto maior colégio eleitoral do país, com 8.593.469 votantes, o segundo turno da eleição estadual é disputado pelos candidatos Eduardo Leite (PSDB) e Onyx Lorenzoni (PL). Eles permaneceram na competição pelo governo do Estado após terem registrado as duas maiores votações entre os concorrentes do primeiro turno, que terminou com uma surpresa. O tucano, então apontado como favorito nas intenções de votos, ficou em segundo lugar. Onyx encerrou a primeira etapa à frente, com 2.382.026 votos (37,50% dos válidos), enquanto Leite marcou 1.702.815 votos (26,81% dos válidos).

O cenário acirrou a campanha. Em busca dos votos do petista Edegar Pretto, que quase lhe tirou a vaga ao registrar 26,77% dos válidos, Leite fez uma série de alterações na estratégia de campanha, centrando foco na discussão de propostas e em questões específicas do RS, de forma a tentar fugir tanto da polarização que domina a eleição nacional como da chamada pauta de costumes. Com acenos claros ao eleitorado à esquerda (ele intensificou o discurso em defesa da democracia e da justiça social), mas de forma a não afugentar simpatizantes à direita, o tucano anunciou neutralidade em relação à corrida presidencial. E aumentou o tom contra o adversário.

Onyx, apesar da vantagem inicial, e de a princípio salientar que não alteraria a estratégia na qual já constavam questionamentos contundentes sobre a administração do adversário, também subiu o tom, com referências fortes e sucessivas à pauta de costumes. Ao contrário do tucano, seguiu investindo na polarização da eleição presidencial e em sua identificação completa com o candidato Jair Bolsonaro (PL). O objetivo é não apenas manter a preferência de quem já o escolheu no primeiro turno, como tentar avançar sobre os que optaram por outros postulantes da direita e centro-direita (Leite entre eles), de forma a fazer frente a votos à esquerda que migraram para o tucano.

Em comum, os dois têm a meta de conquistar ao menos parte dos que, na primeira etapa, anularam o voto, deixaram a opção para o governo em branco ou, ainda, não foram votar. No primeiro turno, no RS, 1.698.759 eleitores (19,79%) se abstiveram de ir às urnas. Na eleição para governador, 341.049 (4,95%) votaram em branco. E outros 190.663 (2,77%) anularam.