Seu Jorge: presidente do Grêmio Náutico União vai ser ouvido pelo MP na próxima segunda-feira

Medida busca identificar se há existência de provas que apontem para a responsabilidade da agremiação no episódio de atos racistas contra o músico durante show em Porto Alegre

Foto: Edu Deferrari / Divulgação / CP Memória

Está marcada para a próxima segunda-feira, 24 de outubro, uma audiência do presidente do clube Grêmio Náutico União (GNU), Paulo Bing, na Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos de Porto Alegre. A medida busca colher esclarecimentos sobre ataques racistas em show do cantor Seu Jorge, na sexta passada.

Conforme a promotora de Justiça Odete Pinzetta, o Ministério Público do Rio Grande do Sul (MP/RS) vai investigar se há provas que apontem para a responsabilidade do clube no episódio, além da presença de aspectos que possam ser aprimorados por meio de ajustamento de conduta.

“A Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos está atenta e atuante, investigando todas as nuances do caso a fim de implementar medidas para que situações semelhantes não voltem a ocorrer”, enfatiza a promotora.

Nesta quarta, o MP/RS recebeu uma representação encaminhada pelo Movimento Negro Unificado requerendo a apuração e a responsabilização das pessoas envolvidas, assim como do GNU, no episódio.

Na segunda-feira, a Promotoria de Justiça de Defesa dos Direitos Humanos de Porto Alegre já havia instaurado um procedimento para averiguar condutas ilícitas de cunho racial ocorridas durante o show, realizado no clube. Quanto à responsabilização dos autores, as conclusões da Delegacia de Combate à Intolerância serão submetidas à análise da Promotoria de Justiça Criminal.

Nesta quinta, o presidente do GNU, Paulo Bing, prestou depoimento à delegada titular da Delegacia de Combate à Intolerância, Andrea Mattos. Além de ouvir testemunhas, a Polícia Civil também analisa imagens com objetivo de identificar os ataques ao músico.

Relembre o caso

No dia 14 de outubro, Seu Jorge realizou uma apresentação no Clube Grêmio Náutico União. Os ataques começaram após uma manifestação do cantor contra a redução da maioridade penal, defendida pelo presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL). No discurso, Seu Jorge fazia referência à defesa de jovens negros de comunidades pobres ao justificar o posicionamento.

Na segunda-feira, o músico se pronunciou sobre o caso e lamentou o ocorrido.