O ex-ministro Tarcísio de Freitas (Republicanos), candidato ao governo de São Paulo, afirmou nesta segunda-feira que o tiroteio que causou a suspensão da visita dele à favela de Paraisópolis pela manhã não se tratou de um “atentado político”, mas sim de um “ataque de intimidação”
Ele relata que oito homens em quatro motos foram cedo ao local da visita, questionaram o motivo da presença da equipe do candidato, fizeram filmagens e depois voltaram armados. “Dizer que foi um tiroteio corriqueiro e aconteceu nas imediações por coincidência… Não é assim que funciona”, disse.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo, a troca de tiros envolvem policiais que agiam na região. Freitas definiu o tiroteio como uma “ação de intimidação”. “Foi um recado ‘esse território aqui é nosso. Você não entra aqui sem a nossa permissão'”, disse. O candidato afastou a possibilidade de que tenha havido um atentado com motivação política. “Não foi atentado político. Não tinha cunho político-partidário”, disse.
Tarcísio tomava café com a equipe quando os tiros começaram. Ele participava da inauguração do Primeiro Polo Universitário de Paraisópolis e acabou cancelando a agenda.
O candidato destacou que o ocorrido mostra que “o crime não quer a presença do estado”. “Existe uma questão que precisa ser posta. Existem áreas de São Paulo que são dominadas pelo crime”, declarou. “Eu vi um trabalho que precisa ser expandido. Deve estar presente não só em Paraisópolis, mas nas 1.600 favelas do estado de São Paulo”, concluiu. O candidato ressaltou que pretende voltar à favela de Paraisópolis.
Para Bolsonaro, “não foi por acaso”
O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta segunda-feira que o tiroteio nas proximidades do local da agenda de Tarcísio “não foi por acaso”.
“Eu conversei com ele [Tarcísio]. E ele vai falar, já deve ter falado, o que realmente aconteceu lá. Pelo que me disse, antecipou, não foi por acaso. Pelas filmagens, pessoas de moto já faziam patrulhamento na região, e o objetivo do tiroteio era para intimidar a presença dele”, afirmou Bolsonaro. As declarações foram dadas por Bolsonaro no Palácio da Alvorada, em Brasília.
Tiroteio deixou um morto
O tiroteio que envolveu seguranças da comitiva do candidato ao governo de São Paulo e criminosos terminou com uma pessoa morta, no fim da manhã desta segunda-feira, no interior da comunidade de Paraisópolis.
Policiais militares da 1ª Companhia do 16º Batalhão e policiais civis foram acionados para apoiar a ocorrência. Na troca de tiros, os agentes balearam um suspeito na rua Iratinga. Ele chegou a ser levado para o Pronto-Socorro do Hospital Campo Limpo, mas não resistiu.
De acordo com o secretário estadual da Segurança de São Paulo, general João Camilo Pires, essa pessoa tinha uma passagem pela polícia por roubo.