Reuniões definem início da consulta pública para a concessão do Parque da Redenção

Permissionários conhecerão hoje detalhes do projeto, incluindo cercamento do parque e estacionamento subterrâneo

Foto: Christine Rochol / PMPA / Divulgação

Duas reuniões realizadas nesta segunda-feira antecedem o lançamento, nesta terça, da consulta pública de um projeto de concessão do Parque Farroupilha – conhecido como Redenção – em Porto Alegre. O prazo para o encaminhamento de sugestões vai ser de 30 dias. A Secretaria Municipal de Parcerias (SMP) defende o modelo, embora existam impasses, que a pasta espera poder resolver com a opinião da população.

O edital em si deve ser publicado no primeiro semestre de 2023, após a audiência pública marcada inicialmente para novembro que deve repercutir as sugestões relacionadas ao projeto. Amanhã, às 14h30min, uma coletiva de imprensa ocorre no 18º andar do Centro Administrativo Municipal, a fim de detalhar o projeto.

A primeira reunião de hoje, realizada nessa manhã, teve a participação de cerca de 60 pessoas, a maioria pequenos permissionários do local, vereadores, moradores do bairro Bom Fim e membros do Conselho de Usuários do parque. O prefeito do Parque da Redenção, Roberto Jakubaszko, que ajudou a coordenar a reunião, considerou “forte” e “ruim” a reação dos participantes.

De acordo com ele, as críticas maiores se referem ao projeto de estacionamento subterrâneo, que considera “muito difícil de avançar”. “Há votos a favor, mas a grande maioria do Conselho de Usuários é contrária [ao estacionamento]”, comenta. À tarde, a segunda reunião, na Prefeitura, deve envolver os chamados grandes permissionários do parque.

Jakubaszko reconhece, porém, que as receitas do estacionamento podem ser a única fonte de renda do eventual concessionário da Redenção. O plano de cercamento também é considerado polêmico. Negada desde o início das discussões pela Prefeitura, essa possibilidade eventualmente retorna à pauta em razão dos sucessivos furtos de fios e cabos da iluminação pública. Em 2019, o tema deixou de exigir plebiscito, após o projeto ter sido desarquivado pelo vereador Felipe Camozzato, eleito deputado estadual neste ano.

A intenção é que a consulta pública não colha apenas sugestões para a gestão do parque Farroupilha, mas também para o Marinha do Brasil, o Trecho 3 da Orla do Guaíba e o calçadão do Lami, hoje todos administrados pela Prefeitura. O prefeito Sebastião Melo já havia dito que era favorável conceder “alguns parques” à iniciativa privada, e a SMP nega a associação da medida com uma eventual privatização.