Eleições 2022: expectativa é de que novo governador do RS seja conhecido no 2º turno

Dois mais votados neste domingo disputam a rodada final em 30 de outubro

Foto: Felipe Dalla Valle/Palácio Piratini

No Rio Grande do Sul, os 8.593.469 eleitores aptos a votar neste domingo deverão escolher entre dez candidatos que concorrem na eleição para o governo do Estado. São eles: Roberto Argenta (PSC), Carlos Messala (PCB), Edegar Pretto (PT), Eduardo Leite (PSDB), Luis Carlos Heinze (PP), Onyx Lorenzoni (PL), Rejane de Oliveira (PSTU), Ricardo Jobim (Novo), Vicente Bogo (PSB) e Vieira da Cunha (PDT). Mantido o cenário desta reta final de campanha, a corrida no RS vai para segundo turno, com os dois mais votados disputando a rodada final em 30 de outubro.

Apesar da promessa de não concorrer à reeleição, a candidatura de Leite vingou após os planos frustrados do tucano de angariar, ainda que perdendo as prévias do PSDB, uma candidatura nacional. Respaldou-se, então, na justificativa de um “projeto de continuidade” e conquistou, após uma série de imbróglios, o apoio do MDB – que indicou o vice da chapa, Gabriel Souza. Federados com o Cidadania, a coligação dos tucanos conta ainda com o apoio do União Brasil, Podemos e PSD, que apresentou Ana Amélia na disputa ao Senado. Na campanha, apresentou-se como uma “alternativa” no Estado ante a polarização entre Jair Bolsonaro (PL) e Lula (PT).

Se Leite pouco se relaciona com a disputa nacional, o contrário ocorre com Onyx Lorenzoni. O candidato deixou o Ministério do Trabalho e Previdência em março, mesmo mês em que se filiou ao PL, partido do presidente, a fim de concorrer e se manter atrelado à figura de Bolsonaro. Os esforços garantiram, ainda no início da pré-campanha, o apoio do Republicanos, que tem como candidato ao Senado o vice-presidente da República Hamilton Mourão. Pros e Patriota também compõem a coligação. Sem outras alianças, o PL indicou uma vice da sigla, Claudia Jardim. Apesar da polarização nacional, é Leite, e não o candidato do PT, Edegar Pretto, o principal adversário de Onyx, que mira no tucano suas principais críticas. Aposta na mensagem de que, em uma possível vitória, fará da gestão estadual o mesmo que foi feito pelo presidente em âmbito nacional.

Já Edegar tem apoio declarado de Lula e se apresenta como único nome da esquerda do RS, mas segue em terceiro nas recentes pesquisas. O petista conquistou o apoio do PSol – partido que já havia apresentado chapa completa e resistia às investidas petistas – após o anúncio de que o ex-governador Olívio Dutra (PT) concorreria ao Senado. Com isso, Pedro Ruas renunciou e ingressou como vice. Em debates, Edegar procurou ser combativo tanto em relação a Leite, a quem seu partido fez oposição, quanto a Onyx.

Candidaturas paralelas não engajam, mas resistem

O tempo não ajudou o senador Luis Carlos Heinze (PP) a emplacar sua candidatura. Primeiro nome a anunciar que disputaria o Piratini, ainda em 2021, o candidato pouco pontua nas pesquisas, mesmo após ampla campanha no Interior. Alinhado com Bolsonaro, não conquistou o apoio declarado do presidente, que preferiu não se manifestar quanto à disputa no RS. A coligação conta com o PRTB e PTB, que indicou a vice, Tanise Sabino.

Já o candidato do PDT, Vieira da Cunha, entrou na campanha como “segunda opção”, em meados de maio. O plano inicial do partido era indicar o presidente do Grêmio, Romildo Bolzan, que negou o convite e permaneceu no comando do time. Com isso, o procurador de Justiça – que, apesar do longo currículo, estava afastado de cargos eletivos há alguns anos – aceitou concorrer. Assim como nacionalmente, os pedetistas não conseguiram atrair muitas alianças e a chapa de Vieira é pura, com a vereadora professora Regina de vice. Faltando menos de dez dias para o pleito, o Avante, único partido coligado com o PDT, retirou seu apoio ao candidato.

Apesar de integrarem legendas conhecidas e possuírem representação no Congresso, algumas candidaturas não emplacaram. Foi o caso de Vicente Bogo (PSB), que entrou posteriormente no pleito, após a desistência de Beto Albuquerque, que teve sua candidatura minguada após decisões da cúpula nacional envolvendo a ausência de recursos. O partido resistiu e seguiu não replicando a chapa nacional PT/PSB, indicando Bogo em chapa pura com Josiane Paz.

O mesmo ocorreu com Ricardo Jobim, do Novo, e Roberto Argenta, do PSC. Ambos possuem representação mínima. Já Carlos Messalla (PCB) e Rejane de Oliveira (PSTU) partem de partidos nanicos que só conseguiram, por inúmeros fatores, engajar apenas a sua militância.