Com rastro de destruição de proporções históricas, furacão Ian deixa 17 mortos na Flórida

Ao menos 2,6 milhões de pessoas ficaram sem luz

A passagem do furacão Ian pelo estado norte-americano da Flórida deixou 17 mortos e um rastro de destruição de proporções históricas, segundo autoridades locais. Embora os prejuízos ainda estejam sendo contabilizados, o governador republicano, Ron DeSantis, pintou ontem um cenário sombrio. Até hoje, 14 furacões de categoria 4 ou 5 atingiram a Flórida desde 1851, quando a Administração Nacional Oceânica e Atmosférica (NOAA) começou a monitorar as tempestades, de acordo com Philip Klotzbach, pesquisador da Colorado State University. O Ian teve rajadas de vento de até 250 km/h. Apenas quatro furacões atingiram os EUA com rajadas mais fortes, segundo Klotzbach.

De acordo com informações publicadas, no Brasil, pela Agência Estado, ao menos 2,6 milhões de pessoas ficaram sem luz e as enchentes na costa oeste do Estado foram catastróficas, sendo a cidade de Fort Myers a região mais afetada. Casas foram destelhadas e as construções mais próximas do litoral ficaram alagadas e totalmente destruídas. Estradas foram inundadas, cortando o acesso a algumas localidades.

“Nunca vimos uma destruição dessa magnitude”, afirmou DeSantis. “O nível da água deve aumentar mesmo depois da passagem do furacão. É a pior tempestade dos últimos 500 anos.” DeSantis é um crítico contumaz do presidente dos EUA, Joe Biden. O governador da Flórida é um dos nomes do Partido Republicano mais cotados para concorrer à Casa Branca em 2024 – provavelmente, disputando as prévias com Donald Trump. No entanto, desde que o Ian atingiu o Estado, diante da necessidade de ajuda federal, ele parou de criticar o presidente.

Ajuda

Biden declarou ontem a Flórida região de “desastre”. Com a medida, o governo se compromete a enviar recursos para complementar os esforços de recuperação. O dinheiro deve auxiliar em medidas de proteção e na remoção de detritos causados pelo fenômeno. “Este pode ser o furacão mais mortal da história da Flórida”, disse Biden. “Os números ainda não estão claros, mas estamos ouvindo relatos de perdas substanciais de vidas”, completou.

Segundo autoridades estaduais, moradores do sudoeste da Flórida tiveram uma madrugada de desespero. As linhas de emergência ficaram sobrecarregadas e a Guarda Costeira mal esperou o amanhecer para começar os resgates. Botes foram usados para chegar às áreas mais inundadas. Em Naples, ruas foram completamente alagadas e carros ficaram à deriva. Em alguns pontos, as inundações superaram os três metros. “Esta é uma tempestade sobre a qual falaremos durante muitos anos”, disse o diretor do Serviço Meteorológico Nacional (NWS), Ken Graham.

Cuba

O Ian atingiu Cuba na terça-feira provocando duas mortes e um corte quase total de energia elétrica na ilha. Na quarta-feira à noite, a energia elétrica voltou em algumas áreas de Havana e outras 11 províncias, mas não nas três regiões mais afetadas no oeste cubano. A província de Vuelta Abajo, produtora de tabaco, registrou a maior destruição.