Defesa segue confiante em inocência de sargento investigado por morte de jovem em São Gabriel

Advogado Ivandro Bittencourt Feijó, que representa Arleu Júnior Cardoso Jacobsen, destacou que trabalha para entender o laudo do IGP, bem como os achados médicos

Foto: Redes sociais/Reprodução

Após a divulgação do laudo pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP) nesta segunda-feira que confirmou a morte de Gabriel Marques Cavalheiro, de 18 anos, em São Gabriel, por hemorragia, o advogado Ivandro Bittencourt Feijó, que representa o 2° sargento da Brigada Militar Arleu Júnior Cardoso Jacobsen se manifestou.

Por meio de nota, o criminalista afirmou que segue confiante na inocência do cliente, que é investigado pela morte do jovem, juntamente com os soldados Raul Veras Pedroso e Cléber Renato Ramos de Lima, detidos no Presídio Militar, em Porto Alegre, há mais de uma semana.

Em nota, Bittencourt também destacou que trabalha para compreender “os termos do laudo e os achados médicos”. (Pois há) Muitas dúvidas ainda se encontram pairando no caso”. Ainda conforme o criminalista, a defesa também busca entender “a dinâmica dos fatos, especialmente em que momento ocorreram essas lesões e quais os demais desdobramentos”.

Procurada pela reportagem, a advogada Vânia Barreto, que representa os soldados, não retornou aos contatos.

Investigações

A Brigada Militar deve concluir e apresentar o inquérito à Justiça Militar nesta segunda-feira. As investigações envolvem infrações ao código de conduta da corporação como falsidade ideológica, ocultação de cadáver e transgressão de disciplina. A tendência, conforme confirmou o comandante-geral da BM, coronel Claudio dos Santos Feoli, é de que os PMs sejam excluídos da Brigada Militar.

Já as diligências da Polícia Civil se referem apenas ao crime contra a vida – interpretado até aqui como um homicídio doloso, que é quando há a intenção de matar. Contudo, algumas perguntas sobre o caso seguem sem resposta. A principal delas é como, e em qual momento, Gabriel morreu.

Em depoimento prestados neste final de semana, os três policiais militares negaram envolvimento na morte e, por isso, não revelaram detalhes sobre a noite do crime. Também não se sabe se jovem teve o corpo envolto de propósito na vegetação do açude, para não submergir, ou se isso aconteceu por motivo natural.

“Todo policial, quando ingressa nas fileiras das polícias, jura defender a sociedade com a própria vida. E estes agentes fizeram o contrário. Descumpriram os manuais e, por isso, são alvos desta investigação. Eles serão submetidos às mais duras penas nas esferas militar e civil”, garantiu o secretário de Segurança Pública do Rio Grande do Sul, coronel Vanius Santarosa.

Relembre o caso

Gabriel Marques Cavalheiro desapareceu, na noite de 12 de agosto, após ser abordado por uma viatura da Brigada Militar na rua Sete de Setembro, em São Gabriel. Uma moradora acionou a guarnição ao se assustar com a movimentação nas proximidades de casa. Um vídeo amador revelou que Gabriel tinha sinais de embriaguez, e que os agentes algemaram o jovem.

A partir do sinal de GPS da viatura, descobriu-se que os PMs se deslocaram a um local afastado, onde pararam por menos de dois minutos. Foi em um açude, próximo dali, que Gabriel teve o corpo encontrado uma semana depois.