Réus da Kiss são soltos após anulação de julgamento

Marcelo dos Santos e Luciano Leão, que permaneciam no Presídio Estadual de São Vicente do Sul, foram postos em liberdade ainda nesta quarta-feira

Foto: Mauro Schaefer/CP

Horas depois da decisão que anulou o júri que condenou os quatro réus no caso da Boate Kiss, Marcelo dos Santos e Luciano Leão, que estavam no Presídio Estadual de São Vicente do Sul, foram postos em liberdade em cumprimento ao alvará de soltura expedido pela Justiça. Por volta das 23h, Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr, sócios da Kiss, deixaram a Penitenciária Estadual de Canoas.

A decisão de anulação foi proclamada no inicio da noite desta quarta-feira pela 1ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ-RS), por dois votos a 1.

Em dezembro do ano passado, em julgamento popular que durou dez dias, Elissandro Callegaro Spohr tinha sido condenado a pena de 22 anos e 6 meses, Mauro Londero Hoffmann a 19 anos e 6 meses, Marcelo de Jesus dos Santos a 18 anos e Luciano Bonilha Leão a 18 anos.

Famílias lamentam decisão

Ao fim do julgamento, a comoção tomou conta dos familiares que estavam presentes. O presidente da Associação dos Familiares de Vítimas e Sobreviventes da Tragédia de Santa Maria, Gabriel Rovadoschi Barros, resumiu o sentimento de todos falando com os repórteres.

“A nossa humanidade foi profundamente ferida pela decisão. Enquanto os condenados gozam de vida durante esses nove anos que se passaram, tanto eu quanto todos, tivemos que lidar com a vida sem um fechamento de sentido para isso. Uma vida sem esse fechamento de sentido é viver na angústia.”

Um dos advogados que representa as famílias das vítimas, Pedro Barcellos, anunciou que irá recorrer da decisão. “Aconteceu a nulidade, agora nós vamos seguir o caminho legal e jurídico. Vamos entrar com os recursos cabíveis e aceitáveis e vamos tocar o barco para frente”, comentou.