Laudo prévio aponta risco de desabamento do Esqueletão, no Centro de Porto Alegre

Estrutura "irrecuperável" deve ser demolida, mas ainda não há prazo para que isso ocorra

Foto: Guilherme Almeida/Correio do Povo

O mês de agosto pode ser decisivo para o futuro do prédio conhecido como Esqueletão, no Centro Histórico de Porto Alegre. O laudo prévio sobre as condições do edifício, desenvolvido pelo Laboratório de Ensaios e Modelos Estruturais (Leme) da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), apontou risco de desabamento. Oficialmente, o assunto tramita na Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), cuja área técnica examina complementações técnicas informadas pela Ufrgs, a partir de um pedido da própria Smoi e da Procuradoria-Geral do Município (PGM).

Uma reunião entre as partes ocorreu na semana passada. Como o assunto vem sendo tratado como ‘altamente sigiloso’, conforme apurou o Correio do Povo, o conteúdo do documento não vai ser divulgado antes da oficialização.

Em junho, o titular da Smoi, André Flores, sinalizou que havia a necessidade de “riqueza de detalhes”. O objetivo era deixar mais claros “os custos das alternativas ali aventadas, especialmente segurança, durabilidade dos materiais e proteção a incêndios” em caso de revitalização.

A alternativa mais viável para o prédio deve ser mesmo a demolição, demonstrada tanto por posicionamentos do próprio Flores, ao dizer que “a estrutura é irrecuperável”, quanto pelo prefeito Sebastião Melo, que chegou a conversar sobre o assunto com a FBI Demolidora, empresa responsável pela implosão, no começo deste ano, do antigo edifício da Secretaria Estadual de Segurança Pública (SSP).

O Edifício Galeria XV de Novembro, nome formal do Esqueletão, também pode vir a ser recuperado, mas apenas o laudo deve concluir a melhor opção para um projeto nesse sentido. O edifício, de 19 andares, permanece inacabado desde a década de 1950, tendo sido desocupado em setembro de 2021. A avaliação por parte da Ufrgs começou no mês seguinte, a um custo de R$ 255 mil. O prazo é de 13 meses, a partir dessa data, para ser concluída – ou seja, novembro deste ano.

No entanto, espera-se que o documento seja finalizado e tenha as últimas análises finalizadas antes desse prazo. Hoje, o acesso ao Esqueletão é proibido e ferramentas tecnológicas, a exemplo de drones, vêm sendo utilizados para auxiliar nas verificações pelos técnicos da Ufrgs. A Prefeitura busca uma solução definitiva para o edifício, localizado ao lado da Praça XV de Novembro, dentro do projeto de revitalização do Centro Histórico, que segue em andamento na capital.