“Hoje, meus filhos dormem em cama que não tinham”, conta mulher que ficou 17 anos em cárcere privado

Vítimas viviam em local sem janelas e banheiro. De acordo com as vítimas, havia três dias que não recebiam comida ou água

Mãe e dois filhos viviam em local sem comida nem higiene. Foto: RecordTV Rio

A mãe e os dois filhos resgatados de uma casa em Guaratiba, zona oeste do Rio, após 17 anos em cárcere privado, receberam alta do hospital e passaram a morar com parentes.

Em um vídeo enviado à Record TV Rio, a mulher falou sobre a rotina de violência que passou e também sobre o recomeço. “Sofríamos agressões. Ele [marido dela e pai dos filhos] batia, xingava, deixava sem comida e água. Hoje, meus filhos estão dormindo em uma cama que eles não tinham. Eles estão conseguindo dormir, estão bem. Graças a Deus”, disse a mãe.

A mulher e dois filhos eram mantidos em um local sem janelas e banheiro. De acordo com as vítimas, havia três dias que não recebiam nenhum tipo de comida ou água.

A delegada Cristiane Carvalho, que atua no caso, informou que a investigação apura a denúncia sobre um terceiro filho, morto por desnutrição e supostamente enterrado na residência por Luiz Antonio Santos Silva.

No sábado, os policiais voltaram à casa onde a família era mantida em cárcere. No local, os investigadores encontraram o material que pode indicar um corpo em decomposição. As amostras recolhidas foram encaminhadas para análise no Instituto de Criminalística Carlos Éboli, no centro do Rio.

Luiz Antonio teve a prisão mantida durante a audiência de custódia. Ele está preso pelos crimes de tortura, cárcere privado e maus-tratos.

Também está em investigação o motivo de o caso ter sido denunciado há dois anos, mas a família ter sido resgatada por policiais militares somente na última quinta-feira.