Segundo principal destino do calçado brasileiro no exterior, a Argentina voltou a impor restrições às importações do setor. No último dia 27 de junho, o Banco Central da República Argentina (BCRA) alterou as condições de acesso ao Mercado único de Câmbio para pagamento de importações.
A medida tende a limitar, mesmo que temporariamente, as importações. Com isso, o governo do país vizinho visa conter a saída de divisas do país e manter o nível de reservas internacionais. Até 30 de setembro de 2022 os pagamentos das mercadorias só serão liberados após 180 dias.
A Argentina é o segundo maior mercado internacional para o produto nacional, tendo importado, no período, 6,82 milhões de pares entre janeiro e maio de 2022, que trouxeram uma receita de US$ 74,62 milhões, incrementos de 64% e 93,7%, respectivamente, ante igual intervalo de 2021.
A notícia surpreendeu o setor calçadista brasileiro em um momento de recuperação. Conforme dados elaborados pela Abicalçados, entre janeiro e maio as exportações de calçados somaram 64,24 milhões de pares, que geraram US$ 538,72 milhões, elevações de 30,3% em volume e de 66,5% em receita na relação com igual período do ano passado.
O presidente-executivo da Abicalçados, Haroldo Ferreira, demonstra preocupação com a medida e diz que poderá inviabilizar as operações de exportação de algumas empresas para o mercado. “Considerando que o pagamento ocorrerá seis meses após a chegada da mercadoria no destino, alguns negócios serão prejudicados e outros inviabilizados”, avalia.