Analistas de mercado estão considerando a possibilidade do governo Federal estar pressionando a Petrobras para que qualquer necessidade de reajuste dos combustíveis aguarde a aprovação do projeto de lei complementar que limita em 17% e 18% o imposto estadual cobrado sobre combustíveis, energia elétrica, comunicações e transporte coletivo.
O texto-base do projeto foi aprovado ontem à noite mas, por problemas técnicos no sistema de votação, não foram votadas duas propostas de emendas de partidos de oposição. Essa votação complementar deve acontecer nesta quarta-feira e, com a aprovação final, o texto vai para sanção presidencial.
Se confirmado o adiamento de um possível reajuste no preço dos combustíveis nas refinarias, o que a Petrobras não anuncia há 96 dias, vai amenizar algumas consequências. A primeira deles é o impacto da cotação do dólar, que dispara acima dos R$ 5 impactado pelos indicadores americanos de inflação e taxa de juros.
Outro fator é o reposicionamento da cotação do petróleo Brent que, dos US$ 110,53 o barril em 10 de março, operava hoje em um valor de US$ 120,04 % na cotação das 7h35. Como se não bastassem os dois obstáculos, há ainda um impacto do aumento nos indicadores de inflação e dos preços. Conforme dados da Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis), a defasagem no litro da gasolina é de R$ 0,73 e de R$ 0,99 no diesel.