Em uma semana de intensas pressões sobre a política de preços da Petrobras, a estatal sinalizou que o custo dos combustíveis – principalmente o do diesel – segue uma tendência de alta, principalmente diante do cenário internacional. Como isso, as propostas de contenção do preço dos combustíveis através da isenção de impostos federais e o pagamento de ICMS zerado pelos Estados, não deverão ter o efeito esperado pelo governo Federal.
Em nota enviada à imprensa com “esclarecimento da Petrobras sobre a prática de preços de mercado”, a companhia afirma que “não há fundamentos que indiquem a melhora do balanço global e o recuo estrutural das cotações internacionais de referência para o óleo diesel”. Na avaliação da estatal, o atual cenário mundial é de escassez e, sendo o Brasil um importador de óleo diesel, “poderá haver maior impacto nos preços e no suprimento”.
Em 2021 o volume de diesel importado foi de quase 30% da demanda total. Como no segundo semestre o consumo nacional de diesel é historicamente mais alto no segundo semestre, devido ao aumento das atividades agrícola e industrial, há risco de desabastecimento. “Ressalta-se, também, que o mercado interno registrou recorde de consumo de óleo diesel no ano passado e essa marca deverá ser superada em 2022”, declarou a empresa.
Segundo a empresa, “preços abaixo do mercado inviabilizam economicamente as importações necessárias para complemento da oferta nacional. Exemplos recentes de desalinhamento aos preços de mercado já se traduzem em problemas de abastecimento em países vizinhos ao Brasil.” No entendimento da empresa, se o mercado nacional deixar de acompanhar os preços internacionais, haveria risco de desabastecimento, porque isso afetaria os negócios feitos pelas demais empresas do setor.