Umidade extrema: como diminuir os efeitos em ambiente fechado

Limpeza constante do chão e paredes molhadas tornou-se rotina com o excesso de chuva dos últimos dias

Foto: Alina Souza/CP

Nos últimos dias, os panos se tornaram companheiros indispensáveis a todo morador de casa ou apartamento, graças à umidade relativa do ar a níveis extremos que obriga à secagem constante dos ambientes, especialmente chão e paredes. Mas, em ambientes fechados, pouco adianta qualquer esforço de limpeza, já que o clima nublado e chuvoso mantem a camada indesejável de água que teima em retornar.

De acordo com a MetSul Meteorologia, no último domingo, a maioria dos municípios gaúchos registrou índices de umidade entre 95% e 100%. Ainda conforme a MetSul, não são incomuns dias úmidos neste período do ano. Junho é o mês com o maior número de frentes quentes no Estado, como são chamados os bolsões de ar quente que, ao avançarem sobre o ar frio, também trazem neblina, nevoeiro e chuva. Em Porto Alegre, o mês atual costuma ter a maior umidade relativa do ar média no ano, com 82,8%, segundo as estatísticas climatológicas do período entre 1991 e 2020.

O arquiteto, urbanista e professor da graduação de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Feevale, Alexandre Bento, comenta que um bom projeto arquitetônico pode evitar que problemas do tipo aconteçam, sem contar que a umidade pode deteriorar móveis mais rapidamente. “Se o problema já está configurado, a correção é mais complicada. Pode haver uma falha na impermeabilização na residência, pois, às vezes, é feita uma estrutura de reboco muito fina, ou blocos que não fazem uma boa vedação”, detalha.

Conforme ele, a umidade no interior de uma casa pode estar relacionada à condensação muito rápida do ambiente. “Quando o tempo muda rapidamente, de quente passando para úmido, às vezes o ambiente interno tem maior temperatura do que o externo, e a condensação vai para a superfície”, explica ele. “Pense em um banheiro com pouca ou nenhuma ventilação: ele superaquece enquanto o chuveiro está ligado com água em altas temperaturas, e a tendência é que a umidade na forma de vapor fique retida nas paredes”.

Dicas para espantar a umidade
– Se é um novo projeto, consulte um arquiteto que possa calcular, por exemplo, o lado em que vai haver insolação na residência. Mais sol significa menos umidade.
– Evitar colocar armários colados à parede, especialmente se os móveis são de materiais como MDF ou MDP, que são “resíduos de madeira com resina”, explica Alexandre. A circulação de ar ajuda a não haver acúmulo de umidade, e, por consequência, mofo.
– Adquira um desumidificador ou um ar-condicionado com função de desumidificar (“dry” em alguns modelos) que, conforme o professor, atua como uma estufa, retirando umidade do ar.
– Pinte a parede em questão com tinta antimofo, disponível no mercado. Ela cria uma película e evita que o clima úmido de fora aceda ao interior, especialmente em paredes porosas que naturalmente absorvem melhor a água.