Inflação, desemprego e juros altos causam fuga recorde da poupança

Economia
Crédito: Freepick

Os saques das cadernetas de poupança superaram os depósitos em R$ 40,4 bilhões nos primeiros três meses de 2022. A maior fuga de recursos para o período desde 1995, início da série histórica do BC (Banco Central), é justificada pelo cenário econômico adverso, com inflação, taxa de juros e desemprego em níveis elevados.

O desempenho negativo da poupança entre janeiro e março é fruto de R$ 872,6 bilhões aplicados e R$ 832,3 retirados da aplicação utilizada por quase um de cada quatro (23%) brasileiros. Os dados Raio-X do Investidor 2022 são da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

Também pesa contra a poupança a atual rentabilidade da aplicação, 0,5% ao mês, o equivalente a 6,17% ao ano. Significa dizer que, ao colocar dinheiro na caderneta, os brasileiros amargam uma perda real na faixa de 5,3%, o que pode ser revertido em outros investimentos mais rentáveis, com a mesma segurança, que já pagam facilmente 1% ao mês.

Com as dificuldades econômicas, o saldo de todos os valores investidos na caderneta, que superou R$ 1 trilhão em setembro de 2020, caminha para perder a marca após uma série de perdas iniciada há um ano. O valor, atualmente em R$ 1,006 trilhão, é 3,15% inferior ao pico atingido em julho do ano passado (R$ 1,038 trilhão).

*com Alexandre Garcia, do R7