Caso Rai: deputados querem ouvir comando da BM na semana que vem

Comandante-geral não conseguiu participar de reunião nesta quarta-feira

Foto: Record TV RS / Reprodução / CP Memória

A Comissão de Cidadania e Direitos Humanos (CCDH) da Assembleia Legislativa, presidida pelo deputado Paparico Bacchi (PL), vai marcar uma nova reunião com o comando da Brigada Militar para tratar do caso do torcedor do Brasil de Pelotas Rai Cardoso Duarte, 33 anos, que permanece em estado grave na UTI do Hospital Cristo Redentor, em Porto Alegre. Ele deu entrada na casa de saúde depois de ter sido retirado de dentro de um ônibus pelo efetivo da Força Tática do 11º BPM, na noite do domingo retrasado, após a partida entre São José e o Brasil de Pelotas, no estádio Francisco Novelletto Neto, no bairro Passo D’Areia, na zona Norte da capital.

Na manhã desta quarta-feira, os deputados da CCDH lamentaram a ausência do comandante-geral da BM, coronel Claudio dos Santos Feoli, que não conseguiu comparecer à reunião prevista para discutir a questão no período de Assuntos Gerais, destinado ao debate de situações encaminhadas pelos parlamentares.

A deputada estadual Luciana Genro (PSol) disse que o ofício enviado pela BM à CCDH cita a realização do Inquérito Policial Militar (IPM) por oficiais do 11º BPM, “justamente o batalhão envolvido no caso”.

De acordo com ela, o ofício da BM relata que a corporação busca provas em imagens do sistema interno de videomonitoramento do Hospital Cristo Redentor. “Alguém suspeita que o Rai foi espancado dentro do hospital?”, questionou Luciana Genro. A deputada afirmou que não consegue “entender o que o comando da BM imagina que vai aparecer nas imagens para esclarecer o fato”.

“Rai foi retirado do ônibus e levado para um canto, onde foi espancado…nós temos testemunhas disso que depuseram no Conselho Estadual de Direitos Humanos”, afirmou. “Precisamos de uma investigação independente”, defendeu.

Já o deputado Airton Lima (Podemos) lembrou a necessidade de apoio do Estado à vítima e familiares, sugerindo que esses também sejam convidados a prestar depoimento na CCDH. Como representante dos torcedores nos estádios, o deputado Gaúcho da Geral (PSD) declarou que “não podemos tolerar esse tipo de atitude da BM” e recordou que a violência policia “é fato recorrente”.

A deputada Stela Farias (PT) ressaltou a necessidade de uma legislação que cumpra a função de prestar o auxílio às vítimas em casos de abuso de autoridade e violência. Já o deputado Jeferson Fernandes (PT) informou que inexiste política do Estado para atender o policial militar, e o mesmo em relação às vítimas, em situação de violência.

Presidente da CCDH, Paparico Bacchi (PL), lamentou a ausência do comandante-geral da BM. “Não podemos concordar que o comando não esteja aqui”, afirmou, antes de confirmar um novo ofício para que o oficial compareça à reunião da próxima quarta-feira, dia 18.