Ministro do TSE reforça confiabilidade da urna eletrônica e liberdade para auditoria paralela

Carlos Bastide Horbach repercutiu a fala do presidente Jair Bolsonaro sobre contratação de empresa de auditoria para fiscalizar o sistema do TSE

Foto: TRE-RS

O ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) Carlos Bastide Horbach reiterou, em entrevista coletiva nesta sexta-feira, no Palácio da Justiça, em Porto Alegre, que o processo eleitoral brasileiro é “completamente auditável”. Ao comentar o anúncio do presidente Jair Bolsonaro, nessa quinta-feira, de que o Partido Liberal (PL) vai contratar uma empresa de auditoria para fiscalizar o sistema do TSE, Horbach declarou que as travas de segurança do processo fazem com que esse tipo de iniciativa reforce a tranquilidade do órgão.

“Qualquer indivíduo pode montar um sistema de computação para fazer uma apuração paralela. Toda urna eletrônica, quando encerra a votação, emite um boletim que é afixado na porta da sessão eleitoral e tem um QR Code que dá todos os dados”, explicou Horbach, acrescentando que esse acompanhamento já é feito pelos partidos há várias eleições. Segundo ele, a partir das próximas, além do boletim, os dados serão disponibilizados imediatamente na internet. “Os dados são públicos e são completamente transparentes”, reforçou.

O ministro também disse que a Comissão da Transparência das Eleições conta com representantes das Forças Armadas, o que, conforme ele, evidencia uma parceria de longa data entre os órgãos. “As Forças Armadas fornecem forças federais de segurança para os dias das eleições, (…) urnas são transportadas pelos esforços da Aeronáutica e da Marinha. São parceiros que a Justiça Eleitoral respeita, cuja opinião é valorizada”, comentou.

Horbach está na capital gaúcha nesta sexta-feira, onde participa do XVIII Encontro do Colégio de Dirigentes das Escolas Judiciárias Eleitorais – Codeje. O evento teve início na manhã de quinta-feira e se encerra nesta sexta, com reuniões setoriais, painéis e plenárias.

Entre os assuntos tratados nesses dois dias, a desinformação em período eleitoral, abordada em conferência pelo professor da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Affonso Souza. Segundo ele, as redes sociais questionamentos “que se movem por questões ideológicas, achismos e suposições” rechearam as redes sociais, mostrando o “desconhecimento que as pessoas têm sobre a tecnologia”.

“O sistema eleitoral brasileiro, através das urnas digitais, atravessa décadas sem nenhuma comprovação de fraude. O ambiente de rede social faz com que determinadas informações possam viralizar, ainda mais quando elas são emitidas por autoridades. Faz com que uma suspeita levantada possa ganhar uma gravidade muito maior (…) Por isso é que é importante que, por um lado, se possa levantar questionamentos que são importantes para o aperfeiçoamento do sistema, mas que sejam questionamentos fundados”, opinou Souza em coletiva de imprensa.