Moraes prorroga inquérito sobre Bolsonaro associar vacina à Aids

Presidente citou falsos relatórios do Reino Unido, mas cientistas destacaram que vacinas contra Covid-19 são seguras

Bolsonaro | Foto: Marcos Corrêa / Palácio do Planalto / CP

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes prorrogou, por 60 dias, um inquérito que investiga uma fala do presidente Jair Bolsonaro (PL) que associa falsamente a vacinação contra a Covid-19 ao desenvolvimento da Aids. Não existe relação entre a aplicação do imunizante e a doença que ataca o sistema imunológico.

O ministro atendeu a pedido da delegada Lorena Lima Nascimento, da Polícia Federal. Ele também determinou que a empresa Google Brasil forneça a íntegra do vídeo com as declarações do presidente, feitas em transmissão ao vivo pelo YouTube. A investigação começou em 3 de dezembro de 2021. O vídeo com a falsa afirmação é de 22 de outubro do ano passado.

Por envolverem informação inverídica, as imagens foram removidas pelo Facebook, Instagram e YouTube. O presidente disse, na época, que a aplicação das vacinas contra o coronavírus levaram ao desenvolvimento da Aids em um período “muito mais rápido que o previsto”. Ele citou “relatórios do Reino Unido”, que não existem, para embasar a fala.

Poucos dias após a declaração, o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, frisou que os imunizantes aplicados no Brasil são seguros e negou que acelerem o desenvolvimento de qualquer doença. Na ocasião, em meio ao avanço da doença, autoridades sanitárias reforçaram a necessidade de a população buscar os postos de vacinação.