EUA e Reino Unido pedem suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU

Segundo a chilena Michelle Bachelet, alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, as imagens de Bucha, cidade ucraniana, sugerem "possíveis crimes de guerra"

Os Estados Unidos e o Reino Unido buscarão a suspensão da Rússia do Conselho de Direitos Humanos da ONU após “as imagens de Bucha”, cidade ucraniana onde foram encontradas dezenas de corpos supostamente de civis, nesse fim de semana. As informações foram publicadas pela Agência France Presse (AFP).

“As imagens de Bucha e a devastação da Ucrânia exigem que façamos nossas palavras corresponderem às nossas ações”, disse Linda Thomas-Greenfield um um tuíte. “Não podemos permitir que um Estado-membro, que está subvertendo todos os princípios que pregamos, continue participando” do Conselho, acrescentou.

“Diante das fortes evidências de crimes de guerra, incluindo os relatos sobre valas comuns e o massacre perverso de Bucha, a Rússia não pode continuar sendo membro do Conselho de Direitos Humanos da ONU. A Rússia deve ser suspensa”, declarou a ministra britânica das Relações Exteriores, Liz Truss.

Jornalistas independentes internacionais encontraram, no fim de semana, corpos com roupas civis, alguns com as mãos amarradas, na cidade de Bucha, próxima à capital ucraniana Kiev, após a retirada das tropas russas, que se mantinham na região desde o fim de fevereiro. O prefeito de Bucha, Anatoly Fedoruk, disse que muitos “foram assassinados a tiros, na nuca”.

A escala das mortes ainda é investigada, mas a procuradora-geral ucraniana Iryna Venediktova afirmou que foram recuperados corpos de 410 civis, até esse domingo.

A alta comissária da ONU para os Direitos Humanos, a chilena Michelle Bachelet, disse que as imagens de Bucha sugerem “possíveis crimes de guerra”. O Kremlin negou que as forças russas tenham matado civis e alegou que as imagens de cadáveres em Bucha foram “fabricadas” pelo governo ucraniano.

Para suspender a Rússia do Conselho de Direitos Humanos, é necessário o voto a favor de dois terços da Assembleia Geral da ONU. No passado, a medida de suspensão puniu o governo da Líbia.