Os rodoviários de Porto Alegre não vão mais entrar em greve nesta quinta-feira. Após duas semanas de negociação, que tinha como pauta o pagamento integral do vale alimentação, reajustado para R$ 30 ao dia, a categoria chegou a um acordo com representantes da Associação dos Transportadores de Passageiros (ATP) e a prefeitura. Já o diálogo em torno de 12 dias de trabalho não pagos, em março de 2020, vai ser retomada em maio.
O Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Transportes Coletivos Urbanos de Passageiros de Porto Alegre (Stetpoa) confirmou o acordo, na noite desta quarta, e descartou a paralisação. De acordo com o presidente da entidade, Sandro Abbáde, o acordo coletivo, que era negociado desde fevereiro, prevê, em uma cláusula, o pagamento integral do vale-alimentação no último dia de cada mês. “Receberíamos 50% do valor no fim do mês e 50% no dia 21 de abril”, explicou Abbáde, ao justificar a ameaça de paralisação.
No encontro, a categoria teve o pleito atendido. Em março, 70% do valor total vai ser pago ainda nesta quinta, 31, e o restante até o dia 5. A partir de abril, o valor integral dos vales vai ser depositado sempre no último dia do mês.
À tarde, o prefeito Sebastião Melo se reuniu com representantes da ATP e confirmou o repasse de R$ 2,8 milhões em atraso desde o ano passado. Além disso, sinalizou que avalia o adiantamento do aporte referente ao mês de fevereiro. Os subsídios vêm sendo pagos mensalmente às empresas desde que Melo anunciou uma tarifa de R$ 4,80, em 2021 – 40 centavos abaixo da tarifa técnica, de R$ 5,20, que não entrou em vigor. A estimativa é que a dívida do município, em repasses, seja de até R$ 14 milhões.
Nesta quarta, o prefeito também projetou para os próximos dez dias, a definição final sobre o novo valor da tarifa de ônibus. Ele ainda negocia com o Congresso e o governo federal, ao lado de outros prefeitos, a possibilidade de que a União assuma o custeio do passe livre dos idosos acima de 65 anos, hoje pago pelos demais usuários, o que encarece a tarifa.