O Partido Liberal (PL) vai promover um evento neste domingo (27), em Brasília, com o objetivo de ampliar a quantidade de políticos filiados à sigla e aumentar a base de apoio ao presidente Jair Bolsonaro, que planeja disputar a reeleição pelo partido. O evento deve contar com a presença de autoridades e apoiadores do chefe do Executivo.
Nas últimas semanas, o encontro vinha sendo anunciado pela legenda como de lançamento da pré-candidatura de Bolsonaro à Presidência da República. No entanto, o PL decidiu alterar o formato da solenidade para evitar que o presidente e o partido cometessem crime eleitoral.
Apesar de a legislação não estabelecer normas para os atos de lançamento de pré-candidatura, como o evento deste domingo vai reunir políticos e eleitores do presidente em um formato parecido ao de um comício, o PL teve o receio de que o encontro fosse entendido como propaganda eleitoral antecipada. Isso se deu sobretudo pela possibilidade de pedidos explícitos de voto por parte de Bolsonaro.
De acordo com a lei que versa sobre as eleições, a propaganda eleitoral só é permitida após o dia 15 de agosto do ano da eleição. Antes disso, políticos e partidos podem promover encontros, seminários ou congressos, em ambiente fechado, para tratar da organização dos processos eleitorais, discussão de políticas públicas, planos de governo ou alianças partidárias. Contudo, não podem pedir votos.
Por mais que o PL tenha mudado a orientação sobre o ato, na última sexta-feira (25), durante evento no Palácio do Planalto, Bolsonaro confirmou que o evento será para confirmar sua pré-candidatura.
“Não vou fazer propaganda política aqui, mas está sendo divulgado na internet como eu tivesse cancelado nosso evento de domingo agora, que é o pré-lançamento da minha candidatura. Está mantido o evento aqui em Brasília, 10 da manhã, domingo. Vamos fazer a nossa parte, e o povo que decida”, afirmou.
Após alterar o formato de divulgação do evento, o PL informou que o encontro vai marcar o lançamento do “Movimento Filia Brasil”, que tem como objetivo “fortalecer e ampliar a base eleitoral do partido, com ações para que o público eleitor conheça mais sobre o PL e as medidas defendidas”.
Bolsonaro filiou-se ao PL em novembro do ano passado. Desde então, uma série de políticos decidiu acompanhar o presidente, como os deputados Eduardo Bolsonaro, Carla Zambelli, Bia Kicis, Bibo Nunes e Carlos Jordy, que deixaram o PSL depois da fusão com o Democratas, que deu origem ao União Brasil.
Outros políticos ligados ao chefe do Executivo também se associaram ao PL, entre eles os ministros do Trabalho e Previdência, Onyx Lorenzoni, e da Cidadania, João Roma, o senador Flávio Bolsonaro, o secretário da Pesca, Jorge Seif, e o assessor especial do presidente, tenente Mosart Aragão.