Família tenta contato com brasileira desaparecida há duas semanas na Ucrânia

Família tenta contato com brasileira desaparecida há duas semanas na Ucrânia

Foto; Arquivo Pessoal

A família de Silvana Pilipenko, de 54 anos, está há duas semanas sem conseguir fazer contato com a brasileira, que mora em Mariupol, cidade portuária duramente atacada por tropas russas desde o início da guerra na Ucrânia.

A sobrinha de Silvana, Maria Beatriz Vicente, conta que a tia costumava enviar mensagens e atualizações para a família constantemente, mas parou de fazer contatos no último dia 2.

“É desesperador você tentar entrar em contato com uma ligação, com uma mensagem, e você não obter retorno, não ter uma notícia, seja boa ou ruim. Estamos com o coração na mão”, contou Maria Beatriz em entrevista à Record TV.

Silvana contava à família estar bem, apesar de sofrer com o corte de fornecimento de serviços básicos, como gás, internet e eletricidade. A brasileira disse aos familiares que contava muitas vezes apenas com o serviço de internet do celular para se comunicar.

A brasileira mora em Mariupol com o marido, um ucraniano que conheceu 27 anos atrás, no porto de Santos. Apesar de nenhum dos dois saber falar a língua do outro, Silvana e o esposo se casaram apenas dois meses após o primeiro encontro.

Desde então, a paraibana passa temporadas na Ucrânia, ao lado do marido, e outros momentos no Brasil, junto com parte da família.

Em um vídeo gravado por Silvana há algumas semanas, ela conta que não deixou Mariupol no começo da guerra por causa da sogra, de 86 anos, com saúde fragilizada pela idade. O inverno no Hemisfério Norte também dificulta uma fuga com a idosa.

“É uma situação difícil, muito complicada, e a gente aprende a lidar com ela no dia a dia. Me perguntaram como podemos dormir nessa circunstância, mas o corpo e a mente estão em tanta tensão que você entra em estado de exaustão. A gente acaba até adormecendo”, disse Silvana em vídeo.

A brasileira afirmou que era possível ouvir o som de tiros e explosões a 5 km de casa. Segundo Maria Beatriz, a tia dizia estar bem, mas a família descobriu que o prédio em que ela mora sofreu um bombardeio. Não se sabe se Silvana conseguiu sair do local antes.

“A gente espera receber alguma notícia, alguma posição, alguma intervenção. Que o governo [do Brasil] consiga fazer algum contato, essa busca por eles. Algum movimento que traga alguma notícia deles”, conta a sobrinha da brasileira.

O filho de Silvana, embarcado em Taiwan, deixou o navio e voltou à Europa. Atualmente, o jovem de 26 anos está na Alemanha, e nos próximos dias deve iniciar uma jornada até Mariupol, em busca de notícias da mãe.