A 32ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas encerrou sua programação nesta sexta-feira (18), com o acionamento das colheitadeiras em ato simbólico na lavoura batizada de Breno Prates em homenagem ao fundador da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz). O ato contou com a presença de representantes de entidades do agronegócio e diversas autoridades e parlamentares.
O presidente da Federarroz, Alexandre Velho, saudou os produtores presentes salientando que durante os três dias de evento passaram pelo local mais de nove mil pessoas. Informou também que mais de 100 empresas participaram, assim como estiveram presentes pessoas de 20 Estados do Brasil e de dez países. Velho lembrou que o Rio Grande do Sul é protagonista na produção nacional, colocando que mais de 200 municípios gaúchos dependem do arroz na sua economia. “Nós, desta cadeia produtiva, temos a responsabilidade em garantir a segurança alimentar brasileira. A eficiência dos produtores, em uma produção que cada vez mais vai para a rotação de culturas, é inegável”, destacou, lembrando a exigência de uma gestão cada vez maior.
Disse, ainda, que a lavoura de arroz é sustentável e responsável e há a necessidade de desburocratizar e agilizar as licenças ambientais para a construção das barragens e açudes com relação à armazenagem de água. “Temos problemas sim com relação à seca no Estado, principalmente nas regiões da Fronteira Oeste e Central. Nós precisamos antecipar as soluções”, colocou, ressaltando que é preciso buscar estabilidade produtiva por meio de sistemas de irrigação, “mas para isso temos que ter a fonte do recurso hídrico”.
O presidente da Federarroz destacou que a Abertura da Colheita é um evento técnico que visa trazer informação, um insumo fundamental para a gestão eficiente das propriedades rurais. “Neste novo normal a sociedade gaúcha e brasileira vai valorizar não só o produtor de arroz, mas o produtor de grãos, o agricultor que tem uma indústria a céu aberto e que precisa ser respeitada, com apoio em todos os setores, desde o crédito, o seguro e a comercialização, tudo que envolve e interfere nessa importante cadeia”, pontuou.
No ato especial que acionou as colheitadeiras, a superintendente federal de Agricultura Pecuária e Abastecimento do Ministério da Agricultura (Mapa) no Rio Grande do Sul, Helena Pan Rugeri, destacou que “o que interessa para nós brasileiros, celeiro do mundo, é produzir alimento seguro independentemente do sistema produtivo e isso é uma preocupação do Ministério”, assegurou, parabenizando os organizadores pela qualidade técnica do evento e classificando-o como de extrema importância para a retomada desafiadora e em um momento de estiagem muito forte no Estado.
Helena recordou a última visita técnica da ministra da Agricultura, Tereza Cristina, ao Rio Grande do Sul, em janeiro, e que o setor produtivo deu exemplo ao apresentar uma pauta única. “Com essa pauta junto com representantes do Ministério da Economia e Banco Central se teve um foco nessa questão que é tão grave e que hoje nos assola de norte a sul do Estado. Uma das ações que estão sendo trabalhadas pela equipe da Secretaria de Políticas do Mapa, juntamente com a ministra, é a prorrogação e reprogramação dos vencimentos e financiamentos que precisam de espaço orçamentário para a equalização da taxa de juros. O rombo é grande”, afirmou, sinalizando que trata-se “de um grande desafio para o Ministério da Agricultura que precisa dos parlamentares para recompor o orçamento e apoiar o setor produtivo que representa muito a economia brasileira”.
Conforme Helena, outra ação trabalhada é a medida provisória de crédito extraordinário para rebate do custeio e investimento para a agricultura familiar. “Já foi feito um encaminhamento interno e na próxima semana será direcionado para o Ministério da Economia”, adiantou.
Já o secretário Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura, Luiz Henrique Viana, representando o governador Eduardo Leite, tirou, literalmente, o chapéu para os produtores rurais no ato solene da Abertura Oficial da Colheita do Arroz. “O agronegócio move o Rio Grande do Sul, move e alimenta o Brasil. Na pandemia essa verdade ficou evidente para qualquer pessoa de boa vontade. Enquanto as cidades reduziram o seu ritmo de trabalho, o campo manteve-se firme mesmo sob o risco e garantiu o alimento na mesa”, salientou, complementando que o “fantasma do desabastecimento que rondava desde o início da pandemia nem de longe se concretizou”.
Viana afirmou que estava orgulhoso de representar no evento um governo que conhece as dores e as alegrias de quem produz e que entende os produtores como parceiros indispensáveis na luta pelo desenvolvimento do Rio Grande do Sul. “Nossa gestão tem trabalhado desde o princípio buscando este equilíbrio e cumprir a ideia de que é preciso desenvolver para proteger. Este é o lema da Secretaria de Meio Ambiente e Infraestrutura. A criação e a aprovação do Código do Meio Ambiente, aprovado na Assembléia Legislativa nos dois primeiros anos do governo é um exemplo”, destacou, citando também a atualização da lei sobre cadastro de agroquímicos e a publicação recente, com a Fepam, da instrução normativa que reconheceu a problemática da questão hídrica e garantiu prazo para os produtores solucionarem a questão.
O secretário Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura encerrou seu discurso anunciando que assinou nesta sexta-feira uma resolução para reformular os prazos de regularização para poços na área urbana e rural. “O Programa Avançar no agronegócio são quase R$ 300 milhões de investimentos, no Avançar Sustentabilidade quase R$ 200 milhões. Isso tudo trará mais ainda retorno ao agronegócio”, reforçando que o governo está atento às perdas que impõe a estiagem e construindo alternativas para melhorar o acesso aos recursos hídricos.
A 32ª Abertura Oficial da Colheita do Arroz e Grãos em Terras Baixas realizada na sede da Embrapa em Capão do Leão (RS) teve a organização da Federarroz, com a correalização da Embrapa e patrocínio Premium do Irga e do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.