A décima edição do Grito de Alerta deve contar com 5 mil agricultores nesta quarta-feira (16), em Ijuí, noroeste do estado. A expectativa foi manifestada pela Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag-RS), organizadora da manifestação – que ocorre em versão reduzida devido à pandemia de Covid-19. Os participantes vão pressionar o poder público a adotar medidas emergenciais para o setor, que sofre prejuízos com a estiagem no Rio Grande do Sul. Lideranças da entidade se reúnem desde a semana passada com autoridades e parlamentares em Brasília, mas ainda sem resultados concretos.
Segundo o presidente da Fetag-RS, Carlos Joel da Silva, o ato será transmitido pelas redes sociais da entidade. Entre outras reivindicações, o setor pede renegociações de crédito rural, mudanças no Seguro Rural e Proagro, subsídio para venda de milho pelo Programa de Vendas em Balcão (ProVB), fortalecimento de fundos estaduais e flexibilização de exigências para captação e armazenamento de água. “Se o governo não atender, a gente volta a fazer outras mobilizações mais fortes”, adianta Silva.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Ijuí, Carlos Karlinski, diz que os produtores da região estão angustiados, especialmente após a suspensão das operações de crédito subsidiadas do Plano Safra 2021/22. A entidade, que também atua nos municípios de Bozano e Coronel Barros, representa em torno de 2,8 mil propriedades rurais. A estiagem afetou não apenas a produção de milho e soja, mas também a pecuária leiteira. “Não tem silagem, não tem pastagem, e o custo de produção (está) se elevando astronomicamente”, ressalta Karlinski.
Reportagem: Patrícia Feiten / CP
