Fepam emite licenças para que grupo espanhol instale termelétrica em Rio Grande

Obra que deve iniciar ainda em 2022 vai gerar até 5 mil empregos, sendo a maior parte durante a construção da usina

Foto: Gustavo Mansur/Palácio Piratini

Duas licenças emitidas pela Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam) para uma usina termelétrica a gás natural a ser construída em Rio Grande foram entregues, nesta terça-feira, a representantes do Grupo Cobra, da Espanha, em cerimônia no Palácio Piratini. A primeira, ainda prévia, é voltada à produção de gases industriais pela Regas Brasil Sul S/A. O documento autoriza que, na área proposta, seja implantada uma Estação Onshore de Recebimento, Armazenamento e Regaseificação de Gás Natural Liquefeito (GNL) no Superporto de Rio Grande.

A segunda é a licença de instalação para a usina a gás natural. O documento permite o início das obras de implantação da Termelétrica de Rio Grande, que vai ter capacidade de 1280MW. Com o empreendimento, devem ser investidos R$ 6 bilhões.

O evento de entrega teve a presença do governador Eduardo Leite, do vice-governador Ranolfo Vieira Júnior, do secretário adjunto de Infraestrutura e Meio Ambiente, Guilherme Souza, do secretário de Desenvolvimento Econômico, Edson Brum, da presidente da Fepam, Marjorie Kauffmann, do superintendente da Portos RS, Fernando Estima, e do CEO do Grupo Cobra América Latina, Jaime Llopis.

“Em termos de futuro, é um marco dentro do entendimento do quanto é importante ter indústrias para trazer riqueza. Gerando emprego, estamos trazendo dignidade às famílias e capacidade financeira para o município atuar em áreas estratégicas”, afirmou o prefeito de Rio Grande, Fábio Branco.

A previsão é de que a obra se inicie ainda em 2022 e que as operações comerciais da empresa comecem em 2024. Devem ser gerados até 5 mil postos de trabalho, sendo a maior parte durante a construção da usina. “Após a fase de construção, eu diria que a grande contribuição que um projeto destas características vai ter na geração de emprego não será tanto nas próprias infraestruturas, mas no impacto de novos investimentos industriais na área do porto e também em cidades próximas”, disse o CEO Jaime Llopis.

A construção da usina também vai gerar impacto na arrecadação de ICMS para o Rio Grande do Sul. O secretário de Fazenda de Rio Grande, Cristian Küster, projeta que o Estado deva arrecadar R$ 1 bilhão por ano com o empreendimento e os serviços de geração e transmissão de energia no tributo. “Dentro dessa conta, Rio Grande pode arrecadar R$ 280 milhões”, projeta.

Após a emissão das licenças pela Fepam, começa a etapa para obtenção, com a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), da aprovação da transferência formal da operação, que anteriormente pertencia ao grupo paulista Bolognesi, que teve a outorga revogada, para o Grupo Cobra.