Perícia aponta sobrecarga ou curto circuito como causa provável de incêndio no prédio da SSP

Destruição na região onde fogo começou e risco envolvido à equipe na apuração dos fatos não permitiram, contudo, apontar com exatidão o que causou o sinistro

Foto: Alina Souza / CP Memória

Com 153 páginas, o laudo pericial que analisou o incêndio ocorrido no prédio da Secretaria da Segurança Pública, em 14 de julho do ano passado, aponta como a causa mais provável do fogo um fenômeno termoelétrico – como sobrecarga e curto-circuito, por exemplo – em algum equipamento eletroeletrônico nas dependências da região do foco inicial ou na fiação elétrica da área.

A destruição no ponto onde o fogo começou e o risco envolvido à equipe de peritos, porém, não permitiram concluir com exatidão o que causou o fogo. O documento integra o inquérito policial remetido nesta segunda-feira ao Ministério Público.

O laudo mostra que o incêndio começou possivelmente na sala da Divisão de Inteligência Penitenciária (Dipen), mas não descarta a possibilidade de que o fogo tenha se propagado a partir de uma sala vizinha, usada pelo Departamento de Segurança e Execução Penal (Dsep).

Reforçaram essa tese, segundo os peritos, a queda das placas de cerâmica, a fratura da viga da borda e o maior esfumaçamento dessa área, na parte frontal do prédio.

Quatro vídeos dos momentos iniciais do fogo foram analisados para entender a dinâmica do incêndio. O fogo teve início na quarta janela do 4º pavimento, propagando-se da direita para a esquerda.

Cinco peritos da Divisão de Engenharia do Departamento de Criminalística do Instituto-Geral de Perícias (IGP) realizaram 11 visitas ao prédio, entre julho e setembro de 2021. Eles também acompanharam as oitivas de seis testemunhas na 17ª Delegacia de Polícia.

Até o fim de fevereiro, o prédio incinerado, na avenida Voluntários da Pátria, deve ser implodido. O governo do Estado concluiu o processo para contratação da empresa que vai executar o trabalho. O valor do serviço, incluindo a demolição e remoção dos escombros com transporte e descarte apropriado, é de R$ 3,1 milhões.