Caso Moïse: família mantém versão de que congolês cobrou pagamento em quiosque no Rio

Mãe e três irmãos do estrangeiro prestaram depoimento nesta quarta-feira

Foto: Reprodução/Record TV Rio

A mãe e três irmãos de Moïse Kabagambe, jovem congolês espancado até a morte em um quiosque, deixaram no fim da tarde desta quarta-feira a Delegacia de Homicídios do Rio de Janeiro (RJ), onde prestaram depoimento.

Os parentes saíram da unidade policial sem dar entrevistas, acompanhados do procurador e representante de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Rodrigo Mondego.

De acordo com ele, a família mantém a versão de que Moïse se deslocou até o quiosque da Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio, para cobrar diárias pelo serviço que havia prestado no estabelecimento.

Ontem, em entrevista à Record TV Rio, a mãe do jovem lamentou a morte do filho. “Por R$ 200, vai tirar a vida de uma pessoa? É triste, é uma vergonha”, disse Ivana Lay.

Também na terça, o dono do quiosque onde o crime ocorreu disse, em depoimento, que Moïse já não possuía relação de trabalho com o estabelecimento. A polícia investiga se ele fazia serviços para o quiosque ao lado.

O proprietário deste segundo local, supostamente um policial militar, deve ser ouvido pelos agentes nesta quinta. A irmã dele já prestou depoimento, já que, segundo a polícia, presenciou as agressões.

O advogado do dono do quiosque onde Moïse morreu espancado negou que o estabelecimento tenha ficado devendo ao congolês, e que os agressores sejam funcionários do local.

O Ministério Público do Trabalho do Rio de Janeiro (MPT-RJ) abriu inquérito para apurar a relação trabalhista do estrangeiro com o quiosque na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio.

Na noite de ontem, três homens foram presos pelo assassinato do jovem após confessarem envolvimento com espancamento. Nesta quarta, eles foram transferidos para a cadeia José Frederico Marques, em Benfica, na zona central do Rio. Nenhum deles era funcionário do quiosque.