Câmara de Porto Alegre recua e contingencia valor da cota de gabinete

Valor economizado vai ser usado para a aquisição de testes de Covid-19

Foto: Ederson Nunes/Câmara Muncipal de Porto Alegre

A Mesa Diretora da Câmara de Porto Alegre decidiu, na tarde desta quarta-feira, por unanimidade, contingenciar em 25% o valor das cotas de gabinete. Assim, na prática, o valor da cota, reajustado no início deste ano, para R$ 23,7 mil, fica em R$ 17,8 mil.

De acordo com o presidente da Câmara, Idenir Cecchim (MDB), o valor contingenciado vai ser utilizado para a aquisição de testes de Covid-19. Atualmente, em recesso, a Casa registrou aumento de funcionários positivados desde o início do ano.

Com isso, o presidente da Casa considera encerrado o assunto. “Voltamos atrás para o dar o exemplo”, disse. O emedebista reforçou ainda que vai solicitar aos vereadores que economizem os valores ainda dentro da cota, para que possam ser investidos em outras áreas.

Até o momento, os demais vereadores – fora os integrantes da Mesa Diretora – não foram informados das alterações, mas Cecchim estima que isso não seja um problema. “A grande maioria não gasta muito”.

A decisão gerou repercussão entre os vereadores. “Parabéns à nova Mesa Diretora da Câmara (…), que decidiu não subir a verba de gabinete dos vereadores para R$ 23 mil, voltando a contingenciar no atual patamar de R$ 17 mil – valor mais que suficiente”, publicou o vereador Felipe Camozzato (Novo).

No último sábado, o Correio do Povo divulgou um levantamento revelando que os 36 vereadores de Porto Alegre gastaram R$ 936 mil de cota parlamentar em 2021. Nas despesas, as quantias com indenização por uso de veículo próprio e serviço com correios foram as categorias em que foram gastos os maiores valores.

Por parte dos parlamentares, Jonas Reis (PT) e Márcio Bins Ely (PDT), presidente da Casa à época, foram, com R$ 87 mil cada, os que mais utilizaram da cota. No outro oposto, Kaká D’Ávila e Ramiro Rosário, ambos do PSDB, não utilizaram nada.