O aumento exponencial da transmissão da Covid-19 desde o início do ano já causou o afastamento de quase mil profissionais de saúde, em Porto Alegre, só entre os hospitais do Grupo Conceição (GHC), o Clínicas, o Moinhos de Vento e o Mãe de Deus.
No GHC- que administra os hospitais Nossa Senhora da Conceição, Criança Conceição, Cristo Redentor e Fêmina, além da UPA Moacyr Scliar -, desde o início de janeiro pelo menos 115 funcionários apresentaram diagnóstico de Covid-19. Entre casos confirmados e suspeitos, 395 pessoas foram afastadas das funções desde o início do ano.
Em relação a dezembro do ano passado, quando o GHC confirmou 20 casos da doença entre profissionais de saúde, o aumento é de 375%. “Nas últimas semanas de dezembro nós tínhamos números muito baixos. Tivemos 34 afastamentos em uma semana, 44 na outra, 69 em outra… E aí na primeira semana de janeiro já temos 188”, disse o diretor-técnico do GHC, Francisco Paz.
Crescimento de 1.300% no HCPA
Já no Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), o início do mês de janeiro teve alta de 1.300% nos casos de Covid-19 entre profissionais da saúde em relação a dezembro. Até o dia 11, 345 pessoas testaram positivo para a doença, incluindo 272 funcionários e 73 residentes. Durante todo o mês de dezembro, 23 profissionais apresentaram diagnóstico positivo. Atualmente, 142 pessoas seguem afastadas, cumprindo isolamento.
Mãe de Deus já afastou 150 profissionais desde o início do ano
A aceleração da pandemia no Rio Grande do Sul também não poupou os funcionários do Hospital Mãe de Deus. Desde o início do ano, 150 profissionais de saúde foram afastados por conta da Covid-19, dos quais 76 testaram positivo para a doença. Em apenas 12 dias, o número de afastamentos quase dobrou em relação ao total verificado em dezembro, quando 89 casos suspeitos geraram afastamentos, com nove confirmações.
Afastamentos exigem remanejamento de equipes
No Hospital Moinhos de Vento, há hoje 56 profissionais de saúde afastados em decorrência da Covid-19. Desse total, 35 seguem aguardando exames, 13 testaram positivo para Covid-19 – e entraram em isolamento – e outros oito apresentaram diagnóstico negativo, embora com sintomas persistentes. De acordo com a instituição, os afastamentos exigem o remanejamento das equipes e ajustes das cargas de trabalho. Em nota, o Moinhos de Vento informou que “está preparado para essa adequação”.
Em relação a outros períodos da pandemia, a média de funcionários afastados por conta da doença está abaixo da registrada durante todo o período. Segundo o Moinhos de Vento, de junho de 2020 a março de 2021, a média de novos casos de Covid-19 entre os colaboradores era de 65 por quinzena. Com avanço da vacinação, o hospital notou redução significativa.
